Assembleia Municipal de Grândola contra projecto da Mina da Lagoa Salgada

Assembleia Municipal de Grândola contra projecto da Mina da Lagoa Salgada

Assembleia Municipal de Grândola contra projecto da Mina da Lagoa Salgada

Órgão propôs ainda que a Câmara de Grândola estude “a possibilidade de impugnação [do projecto de investimento] nos tribunais”

A Assembleia Municipal de Grândola manifestou-se contra o projecto da Mina da Lagoa Salgada, para explorar cobre e outros metais, e propôs retirar a classificação de Projecto de Interesse Nacional (PIN) e impugnar o investimento nos tribunais.

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Numa tomada de posição aprovada, por unanimidade, na última reunião da assembleia Municipal (AM), os deputados manifestaram “total oposição ao projecto de exploração mineira da Lagoa Salgada”.

O investimento, que se encontra em fase de estudo prévio, abrange os concelhos de Grândola e Alcácer do Sal, e a fase de consulta pública no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) terminou dia 30 de Abril.

No documento aprovado na AM, realizada a 30 de abril, os deputados identificaram vários “prejuízos para esta comunidade” derivados do projecto, previsto ‘nascer’ na União de Freguesia de Grândola e Santa Margarida da Serra, no concelho de Grândola, e a freguesia de Torrão, no concelho de Alcácer do Sal.

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Entre as principais preocupações estão “impactos ambientais e sociais no concelho” de Grândola, “com particular incidência nas localidades de Silha do Pascoal e Água Derramada” e “riscos graves para os aquíferos usados no abastecimento público e actividades locais”.

Os deputados apontaram ainda para “infra-estruturas inadequadas”, como a “proposta de escoamento do minério por via rodoviária, utilizando uma estrada municipal não preparada para esse fim”, o “ruído e poluição” resultantes da exploração mineira, “incompatíveis com a ruralidade da região” e a “instalação de uma linha de alta tensão” naquela zona.

Também a “redução da vida útil do projecto” que, no entender da AM, sugere “uma exploração intensiva”, a “falta de garantias quanto ao impacto social e habitacional do recurso a mão-de-obra externa” e a “incompatibilidade com os objectivos de desenvolvimento turístico no interior do concelho” estão na lista das principais preocupações.

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Além do parecer negativo, os deputados decidiram propor ao próximo Governo que retire a classificação de PIN e “não avance com a concretização da Mina da Lagoa Salgada”.

No documento, a AM propôs ainda que a Câmara de Grândola estude “a possibilidade de impugnação [do projecto de investimento] nos tribunais”.

Recomendou igualmente que o município “avance com as medidas para impedir a utilização da estrada municipal como a acessibilidade para o escoamento do minério”.

A AM acrescentou que vai trabalhar com os restantes órgãos municipais e regionais, com o movimento associativo e com a população do concelho, na luta contra “o desenvolvimento deste projecto prejudicial para o concelho”.

Além da AM, também a Câmara de Grândola deu parecer desfavorável à Mina da Lagoa Salgada, no âmbito da consulta pública do EIA, que contou com 630 participações.

Segundo o município, em comunicado, o projecto “apresenta evidentes e significativos efeitos negativos para a população, território, paisagem e ambiente”, compromete “o desenvolvimento sustentável do concelho” e “viola o Plano Diretor Municipal, ao ignorar zonas protegidas pela Estrutura Ecológica Municipal”.

De acordo com o Resumo Não Técnico, consultado, em Março, pela agência Lusa no portal Participa, o projecto voltou a estar em consulta pública depois de, em Julho de 2024, o EIA ter sido indeferido pela Agência Portuguesa do Ambiente, responsável pela avaliação de impacte ambiental.

O projecto é promovido pela Redcorp – Empreendimentos Mineiros, Lda e o investimento, cujo valor não é revelado nos documentos consultados no Participa, possui estatuto de PIN.

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