O Relatório e Contas de 2017 da Câmara Municipal de Santiago do Cacém foi aprovado, na última reunião do executivo, pela maioria comunista que realçou a “situação financeira controlada” da autarquia e “o conjunto de obras e projetos aprovados e em curso”.
O documento apresentado na reunião de câmara, que se realizou em Cercal do Alentejo, no âmbito da Presidência nas Freguesias, foi aprovado com os votos contra dos vereadores do PS e do PSD que apontaram para erros na gestão da câmara que contribuíram para a acumulação da divida não se revendo no modelo de gestão e nas políticas implementadas no concelho.
No final da reunião do executivo, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha apontou para a redução da divida “em cerca de 50 por cento” no último mandato e destacou o saldo orçamental do último ano superior a 2,3 milhões de euros.
“Tínhamos uma dívida superior a 18 milhões e passamos para um valor de 9,5 milhões de euros e a divida a curto-prazo, que é a mais difícil, passou de mais de 5 milhões para 1milhão e 200 mil euros. Não temos dividas a fornecedores a mais de 90 dias, ficou ali espelhado que o prazo médio de pagamento a fornecedores é de 25 dias e mesmo num ano de final de mandato que é um ano de inversão da divida, devido à pressão de fazer obras, reduzimos a divida no último ano em cerca de 270 mil euros e, mais importante, passamos com um saldo orçamental de mais de 2,3 milhões de euros”.
No entanto, adiantou Álvaro Beijinha, apesar da “gestão rigorosa” a autarquia realizou “grandes obras e projetos”, dando como exemplo “os relvados dos campos em Alvalade e Santo André, o Skate Parque em Santo André, a obra de requalificação da rua professor Egas Moniz, a requalificação da rua do Cerro da Ordem, em Cercal do Alentejo, a Escola Básica de Ermidas- Sado, obras de pavimentação do espaço público ou o projeto do Museu em Alvalade”.
Para o autarca, o facto de “termos continuado a ter uma gestão rigorosa e de sermos muito criteriosos no investimento que fazemos em prol das populações numa senda de redução da divida com a situação financeira da autarquia absolutamente estável”.
O edil lamenta ainda o sentido de voto da oposição que “não reconhece o nosso esforço” para alcançar a estabilidade financeira “ao contrário do que aconteceu o ano passado” em que a oposição votou favoravelmente.
Apesar de reconhecer melhorias na redução da divida, o vereador do PS lamentou “o marasmo económico em que o concelho se encontra” e acusou a Câmara de “não se impor como fator de desenvolvimento económico” do concelho de Santiago do Cacém.
“O investimento municipal, previsto em 2017 para mais de 10,7 M€, não passou de uma execução de 46%, ou seja, não chegou aos 5M€”, referiu a oposição socialista, na declaração de voto, dando como exemplos a Escola EB/JI nr4 de Vila Nova de Santo André onde “somente se executou três mil euros” de “uma previsão de mais de 1,2 milhões de euros”; a Escola Básica de Ermidas, “com um investimento previsto de 400 mil euros desde 2016, dos quais só se executaram pouco mais de 100 mil euros”; a valorização do Jardim Municipal de Santiago do Cacém; o Plano de Ação para a Eficiência Energética das Piscinas Municipais; a requalificação do espaço público no Bairro do Pinhal em Vila Nova de Santo André “que têm sido adiados”, adianta Óscar Ramos.
Na declaração de voto, o PS acusa o executivo comunista de “inépcia” e responsabiliza-o pela falta de desenvolvimento económico, melhoramento da qualidade de vida e de investimentos necessários nas escolas e aldeias.
Já o PSD justificou o seu sentido de voto com as políticas que são defendidas pela maioria comunista. “Esta prestação de contas reflete a execução de um Orçamento do qual eu discordo”, adiantou o vereador social-democrata Luís Santos.
O relatório vai agora ser votado na Assembleia Municipal de Santiago do Cacém.