Inauguração de uma instalação, duas exposições de fotografia e vários concertos marcaram as comemorações
“Das Gavetas Nascem Sons”, criação e Henrique Fernandes e produção da associação Sonoscopia, é um curioso conjunto de armários e gavetas que escondem diferentes objectos, subitamente transformados em instrumentos musicais.
Um pouco à imagem dos objectivos que regem a Casa da Cultura, que procura o desafio constante do público, através das mais variadas disciplinas artísticas, esta instalação surpreende o público ao abrir cada uma das mais de 40 portas e gavetas, que constituem o excêntrico armário musical. Molhos de chaves, pratos metálicos para comida de animais domésticos, cabos de plástico e até tachos compõem o móvel que, mais do que guardar coisas, guarda sons.
A Casa da Cultura, inaugurada a 5 de outubro de 2012, no centro histórico de Setúbal, deu início aos festejos do quinto aniversário logo na quarta-feira, com as “Curtas de Teatro Fora de Portas”
O desafio cénico consistiu na apresentação de pequenas peças teatrais, com a duração de 15 minutos, para um público igualmente reduzido, cerca de 20 pessoas, com o objectivo de exponenciar ao máximo a experiência vivida pela assistência. “Uma mulher à janela ou a carta do corcunda”, “Guarda-chuvas de chocolate” e “Nu palco” foram as curtas peças apresentadas em itinerância cénica por diferentes divisões da Casa da Cultura.
As comemorações do aniversário da Casa da Cultura, que decorreram até domingo, registaram grande afluência de público, e contaram ainda com a inauguração de duas exposições fotográficas.
Na companhia da vereadora Carla Guerreiro, João Bordeira apresentou a mostra “Olhar a Casa”, em que releva cantos e recantos daquele espaço cultural que dificilmente seriam alvo de observação mais atenta para a generalidade dos visitantes.
Já a fotógrafa Graça Ezequiel tem patente na Casa da Cultura um conjunto de imagens, todas a preto e branco, de actores, músicos e outras figuras públicas da área da cultura, captadas em momentos de performance, mas retiradas do contexto dos palcos. O resultado de “Rostos em Sol Menor” traduz-se em instantâneos intimistas de cada uma das personalidades retratadas, com os rostos a transparecer momentos únicos de total entrega à arte.
O dia de aniversário da Casa da Cultura, reservou, ainda, à noite, o concerto “Blues Brother”, com o músico e artista plástico Zoran, que actuou no Artes Café em formato de one man band.
A música continuou na sexta-feira, 6, com o cante alentejano do Grupo Coral dos Operários Mineiros de Aljustrel, pelos espaços comuns da Casa da Cultura, seguido de um concerto para duas guitarras com Diogo Esparteiro e Diogo Parafina, músicos que formam os Royal Bermuda, no Artes Café.
“A República e os Operários (A greve geral de 1912)”, livro de autoria de Álvaro Arranja, foi apresentado, a par de uma exposição bibliográfica sobre o mesmo tema, no sábado, na Sala José Afonso. Depois, no mesmo espaço, houve um tributo a Zeca Afonso, com Márcio Pinto na marimba e Catarina Anacleto no violoncelo.
No domingo, o programa comemorativo incluiu, na Sala José Afonso, “Viagem pela Disney com o Saxofone”, concerto didáctico para crianças, com lotação para vinte participantes, pela saxofonista Marisa Borralho, que revisita alguns dos temas mais populares do universo Disney. Neste dia, à tarde, houve “Saia de Roda”, um espectáculo para toda a família, na Sala José Afonso, em que Ana Lúcia Palminha e Suzana Branco inventam uma festa e, juntamente com o público, exploram objetos, pequenas histórias, sons e movimentos de roda.
No âmbito do quinto aniversário da Casa da Cultura, com programa organizado em parceria com a Associação José Afonso, Centro de Estudos Bocageanos, Artiset e Sociedade Musical Capricho Setubalense, realizaram-se ainda actividades direccionadas para as escolas básicas do concelho, com visitas guiadas ao equipamento cultural.