O secretário de estado das Autarquias Locais afirmou hoje, 22, no Barreiro que os municípios devem apostar numa reeducação para o uso da água de modo a evitar o esbanjamento, referindo ainda que o governo “ressuscitou a Simarsul”.
“Há 40 anos atrás a água chegava às sedes de concelho e não passava daí. As pessoas aproveitavam muito a água e bem, mas a democratização do acesso trouxe algum esbanjamento e menor cuidado na sua utilização”, disse.
Carlos Miguel esteve hoje presente nas IV Jornadas de Engenharia Civil, dedicadas ao tema “Água Pública”, que decorreram na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro.
“Os municípios têm que encarar esta questão de forma séria e apostar na reeducação da utilização da água, que é um bem escasso. Os municípios devem fazer mais neste processo”, salientou.
O secretário de estado defendeu ainda que é preciso combater as elevadas perdas de água que ocorrem, apesar de reconhecer que esta “combate” obriga a elevados investimentos financeiros.
“A médio/longo prazo tem que se apostar na reutilização da água no próprio prédio ou na casa. Hoje em dia esta questão parece uma miragem mas já acontece em muitos países”, defendeu.
Carlos Miguel lembrou ainda o trabalho do governo para repor a Simarsul, Sistema Integrado Multimunicipal de Águas Residuais da Península de Setúbal.
“Foi um compromisso do governo desagregar o que antes tinha sido agregado à revelia dos municípios. Ressuscitámos a Simarsul, que é tão querida aos municípios e acreditamos que é neste sentido que se deve caminhar”, concluiu.
Carlos Humberto, presidente da Câmara do Barreiro, considerou pertinente esta reflexão “num momento em que se debate as formas de gestão da água a nível nacional e internacional. No Barreiro, consideramos que deve ser pública e gerida a nível municipal”.
Salientou os passos “significativos” que têm sido dados nos últimos anos, não apenas na renovação do sistema de abastecimento de água, como também no tratamento de águas residuais.
O autarca referiu ainda que é importante reflectir e actuar sobre os problemas da gestão local do abastecimento de água, mas também aprofundar uma visão global, tendo em conta “as desigualdades no Mundo no acesso a este bem”.