Sara Ferreira: “Em 2017 o orçamento do AMAC não chegava aos 40 mil euros e em 2023 temos 200 mil”

Sara Ferreira: “Em 2017 o orçamento do AMAC não chegava aos 40 mil euros e em 2023 temos 200 mil”

Sara Ferreira: “Em 2017 o orçamento do AMAC não chegava aos 40 mil euros e em 2023 temos 200 mil”

Espaço cultural situado no coração da cidade tem merecido cada vez mais investimento autárquico. Visitantes são cada vez mais, não só neste espaço, mas também em todos os certames

 

A terra que viu nascer e crescer o fotógrafo Augusto Cabrita tem sido, cada vez mais, um espaço aberto à formação de novos artistas, sociedades e palco de grandes obras tendo em conta o investimento municipal de cerca de 380 mil euros.

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Sob o rio Tejo acolhe todos os anos milhares de pessoas com as festas da cidade que em Agosto dão outra vida ao espaço da Avenida da Praia. A antiga Casa da Cultura e o Bairro de Santa Bárbara, o Espaço Memória e o Museu Industrial da Baía do Tejo não deixam fugir da memória os tempos em que o Barreiro ‘era dos ferroviários’.

Uma cidade de mudanças e novos projectos, sem nunca deixar de trazer de volta locais que eram antigamente grandes espaços – Casa da Cerca e Teatro Cine Barreirense, que serão intervencionados.

A reabilitação do Teatro-Cine Barreirense e do Antigo Tribunal são dois dos projectos que Sara Ferreira, vereadora com o pelouro da Cultura na Câmara Municipal do Barreiro, aponta como prioritários para o resto do mandato.

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Qual é a previsão do investimento no sector da Cultura por parte da Câmara Municipal do Barreiro para o actual mandato?

A manter-se o nível de investimento verificado até ao momento, no presente mandato, é expectável que o investimento supere os 4 milhões de euros, valor maioritariamente destinado a programação e a apoios aos vários agentes culturais do Barreiro. A este valor dever-se-á acrescentar o investimento previsto para a compra do Teatro-Cine e do Antigo Tribunal do Barreiro.

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Comparando com mandatos anteriores, este investimento tem crescido?

Sim, a título de exemplo basta referir que o orçamento do Auditório Municipal Augusto Cabrita (AMAC) em 2017 não chegava aos 40 mil euros e que para 2023 temos orçamentados 200 mil euros. O investimento na cultura tem crescido a olhos vistos e os resultados estão à vista de todos: temos tido inúmeras sessões esgotadas no AMAC, as festas da cidade alcançaram um nível e uma notoriedade impressionante, o reforço de apoios aos agentes locais faz-se sentir na programação e apostámos em novas iniciativas como o Jazz no Parque.

Quais são os maiores desafios em relação ao sector da Cultura?

Os maiores desafios no sector da Cultura prendem-se com a procura de equilíbrios. Num concelho criativo como o Barreiro e com públicos muito diversificados é importante encontrar equilíbrios entre diferentes áreas artísticas e entre tipos de públicos.

Felizmente este é um desafio que é respondido, não somente pelo município, mas por toda uma comunidade de artistas, associações e outros agentes com quem colaboramos diariamente.

Quais são as áreas culturais que o executivo pensa em intervir?

Respondendo muito directamente: em todas. E não se trata de estar a fugir à pergunta, mas de facto não podemos descurar nenhum dos campos artísticos.

Qual é a iniciativa ou certame que considera que dá mais expressão à cidade?

A identidade cultural do Barreiro expressa-se de muitas maneiras e é-nos muito difícil escolher uma iniciativa sobre as outras, seria como nomear um filho preferido.

Qual é o envolvimento das freguesias nas iniciativas culturais do município?

As freguesias são um parceiro fundamental, quer no apoio a actividades da câmara ou de associações, quer pelas iniciativas culturais próprias que desenvolvem e que permitem um ainda maior enriquecimento da vida cultural do Barreiro.

De que forma é que a autarquia trabalha em conjunto com as instituições e associações locais de cultura?

Na cultura, como em qualquer outra área de políticas públicas, o essencial é sabermos ouvir acomunidade e apoiá-la no alcance dos seus objectivos, ainda mais quando temos uma comunidade artística que é particularmente activa.

Assim, trabalhamos com os agentes locais desafiando-os para a programação de iniciativas, apoiando financeiramente e logisticamente várias actividades propostas pelos parceiros, mas também tentando construir novas pontes entre actores culturais. A circulação de ideias, de práticas, de perspectivas e de pessoas na arte é fundamental.

Estão programadas empreitadas relativamente a novos espaços culturais?

Estão previstas três grandes empreitadas: a reabilitação do Teatro-Cine Barreirense, do Antigo Tribunal, e da Casa da Cerca que funcionará como Casa da Fotografia Augusto Cabrita.

Como avalia o investimento do Governo na Cultura, e que relevância tem concelho?

Avaliamos de forma muito positiva várias novas iniciativas governamentais que têm vindo a ter lugar, realçando desde logo a criação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP), e criação da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea (RPAC).

Estas redes, que o nosso Auditório Municipal Augusto Cabrita conseguiu integrar, financiam actividades, equipamentos e promovem uma linha muito clara de circulação artística por todo o país, um ponto fundamental para o desenvolvimento das artes. Devem ainda ser realçados os apoios directos dados pela Direcção Geral das Artes (DGArtes) a outras estruturas que desenvolvem actividade no Concelho.

O Museu Industrial da Baía do Tejo mostra ser o transporte dos ofícios passados para dar a conhecer às gerações futuras. Que importância tem este espaço na história do município?

Este espaço e a sua zona envolvente como o Espaço Memória, a antiga Casa da Cultura e o Bairro de Santa Bárbara são elementos importantíssimos para o Barreiro, pois fazem parte da nossa memória, da nossa identidade.

Por ali passaram milhares de trabalhadores, famílias, vidas que urge celebrar e relembrar. Não é por acaso que o território da antiga CUF alberga vários arquivos no âmbito da iniciativa Cidade dos Arquivos, é porque aquele é um local de memórias que queremos manter vivas e abrir ao futuro.

Casa da Cerca, Teatro Cine Barreirense e novo Teatro Municipal são os novos projectos que a autarquia pensa realizar. O que é que nos pode adiantar relativamente a isto?

Estes são dois projectos que me são muito caros, não só a mim, mas a todos os barreirenses que sentem que a cidade pode e deve crescer ainda mais culturalmente. A aquisição assim como a reabilitação e respectivos projectos são processos longos, mas nos quais temos estado a avançar. Esperamos ter novidades relativamente a estes projectos nos próximos meses.

Relativamente às Festas do Barreiro que chama milhares de pessoas, o que é que o certame traz de positivo à cidade?

As Festas do Barreiro trazem uma vida única à cidade e são uma excelente forma de mostrar o Barreiro àqueles que ainda não têm a sorte de o conhecer. As festas são uma oportunidade única para assistir a um bom concerto no palco principal ou no palco juventude, para provar doces locais, para comer nas festas ou num dos inúmeros restaurantes de qualidade que o Barreiro oferece, para ver o rio, para passear nos passadiços, para participar nas cerimónias religiosas, para ver e rever amigos. As pessoas são e serão sempre o que o certame trará de mais positivo à cidade.

 

 

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