Solução estudada pela Infraestruturas de Portugal foi bem acolhida pelo Governo. Travessia apenas com comboios perde terreno
A Infraestruturas de Portugal (IP) entregou, no final de 2024, ao Governo um estudo que defende a inclusão da componente rodoviária, além do transporte ferroviário, na terceira travessia sobre o Tejo, a construir entre o Barreiro e Chelas. A notícia foi avançada na sexta-feira passada pelo jornal Expresso, que dá também conta de que o executivo liderado por Luís Montenegro está receptivo à solução.
Isto, porque uma ponte rodoferroviária terá uma maior abrangência no objectivo, desde a primeira hora considerado, de vir a servir de ligação ao futuro Aeroporto Luís de Camões, que vai nascer no Campo de Tiro de Alcochete.
Ainda assim, segundo o Expresso, a hipótese da terceira travessia sobre o Tejo poder contemplar apenas transporte ferroviário chegou a ser equacionada pelo Governo. Até porque, está estimado que fazer a travessia de carro na futura ponte custará mais cerca de 600 milhões de euros. Além disso, avança ainda o Expresso, a inclusão da componente rodoviária não recolhe consenso por também, e sobretudo, poder vir a representar um maior fluxo de entrada de carros em Lisboa.
O concurso para construção da futura ponte tem uma previsão de investimento no valor de 2,2 mil milhões de euros. O Governo pretende dar andamento ao procedimento concursal com a maior rapidez possível, já que em 2030 termina o contrato de concessão que tem com a Lusoponte para a Ponte 25 de Abril e para a Ponte Vasco da Gama. E quer deixar aberta a possibilidade de integrar a terceira travessia sobre o Tejo no novo contrato de concessão a negociar. Se até lá a obra for adjudicada, poderá fazê-lo, mesmo que a empreitada não esteja concluída.
Em Julho do ano passado, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, já havia anunciado no Parlamento que o novo contrato de concessão das pontes sobre o Tejo iria englobar a terceira travessia a ligar Barreiro e Chelas.
“Temos desde já equipas a trabalhar numa nova concessão que, nomeadamente, englobará a terceira travessia do Tejo”, afirmou então Pinto Luz, no decorrer de uma audição na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação.
Ter a futura ponte concluída quando o Aeroporto Luís de Camões estiver operacional é outro dos objectivos bem definidos pelo Governo.
A Lusoponte é controlada, em partes iguais, pela Mota-Engil e pela Vinci, sendo que esta última é dona da ANA, a concessionária dos aeroportos nacionais.
Além de ter sido mandatada para concluir os estudos referentes à construção da nova ponte, a Infraestruturas de Portugal foi também incumbida pelo Governo de estudar a ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, Espanha.
