Partido diz estar preocupado com situação vivida entre a Av. do Bocage e a Rua Miguel Bombarda, e procura respostas junto da Câmara Municipal
O partido PAN – Pessoas, Animais, Natureza, diz-se perplexo com uma situação denunciada por munícipes barreirenses que se prende com o início das obras de construção da nova rotunda que vai nascer em 2023, no cruzamento da Avenida do Bocage com a Rua Miguel Bombarda, que terá conduzido a um “massacre” da colónia de gatos existentes nesta zona.
“A situação prende-se com o início [das] obras e requalificação do espaço”, em que foi necessário “limpar o terreno e, perante a manifesta falta de cuidado e de alerta”, os vários animais que ali tinham o seu local de abrigo acabaram por ser “desalojados”.
“Não é aqui de todo relevante os benefícios ou não da construção da rotunda, mas sim a profunda falta de compaixão e a absoluta desumanidade demonstrada neste processo, perante uma colónia de gatos existente no espaço da antiga máquina de lavagem de viaturas da agora Repsol”, defende o PAN, acrescentando que também não é relevante se o espaço “é ou não privado, pois a vida tem o mesmo valor independentemente do local onde esteja”.
O partido considera que a situação “é particularmente abjecta”, na medida em que os serviços camarários “sabiam perfeitamente da existência dessa colónia”, tendo decidido avançar, ainda assim e “sem um prévio acautelamento da situação dos animais, que passaria pela sua deslocalização” para outro espaço.
“É lamentável que no concelho […], por muito que mudem os executivos municipais [e] por mais que se alterem os preceitos legais, os animais estejam sempre esquecidos e tratados como meros objectos ou coisas sem significado”, lamenta o partido, considerando ser necessário reforçar as estruturas existentes no município.
A situação, adianta a Comissão Concelhia do Barreiro do PAN, é ainda mais “incompreensível” quando acontece após “o anúncio que [o executivo contaria com] uma mandatária do bem-estar animal”, tendo sido enviada uma “mensagem para os serviços da Câmara, exigindo a recolha dos animais sobreviventes por parte dos serviços”, para que os mesmos sejam “retirados do local e alojados em segurança”, isto porque de acordo com a lei “é da autarquia a competência para tratar e cuidar dos animais errantes”.
Na reunião de Câmara realizada a 16 de Novembro e perante queixas apresentadas por uma munícipe, o vereador Carlos Guerreiro (PS), que tutela o canil e gatil municipal, anunciou que a autarquia vai concluir “uma candidatura ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas para a construção de abrigos”, que tem a ver com o programa CED e apoios “para reforçar o programa”, assim como a construção de abrigos no município. “Já foram intervencionados este ano 400 gatos”, informou o vereador, tendo a equipa camarária sido reforçada com mais um assistente operacional, que em breve vai contar com mais um elemento.