Requalificação do Barreiro Velho, centros de saúde, intervenção na Torralta e criação de nó em Santo António são alguns dos principais investimentos
O Orçamento Municipal do Barreiro para 2025, no valor de 119 milhões de euros – mais 20,5 milhões face ao deste ano –, foi aprovado na última sexta-feira com os votos (sete) da maioria socialista do executivo camarário. Os dois vereadores da CDU votaram contra.
Segundo Frederico Rosa, presidente da Câmara, este que é “o maior orçamento de sempre” – tal como, pelo menos, já haviam sido sucessivamente os dois anteriores – tem em conta como “eixos fundamentais” uma capacidade de atracção de investimento do município cada vez maior, que “faz com que a economia da cidade cresça”, e uma “vontade da Câmara” em também investir para “dar esse sinal”, de pretender que “a economia mexa”.
“Estamos a semanas de receber o primeiro visto do Tribunal de Contas para o arranque das obras do Barreiro Velho, que na sua totalidade vão ascender a 27 milhões de euros. E não há melhor forma de dizer às pessoas para acreditarem e aqui investirem do que nós darmos o sinal e dizermos que vamos investir”, sustentou o líder do executivo.
Antes, já a vereadora Maria João Regalo havia revelado que o orçamento de 119 milhões para 2025 “assenta em grande parte na concretização dos projectos financiados pelos fundos europeus”, estando aí incluídos “18 milhões referentes a verbas de candidaturas”.
No que toca aos investimentos “a realizar ou a dar continuidade” no próximo ano, a socialista enumerou “a requalificação do Barreiro Velho, a conclusão da intervenção no Bairro Alves Redol, as intervenções nas escolas de Santo António, da Telha Nova e n.º 6 [do Barreiro], a requalificação da zona da Santinha e a construção dos centros de saúde do Alto do Seixalinho e dos Fidalguinhos e a reabilitação dos centros de saúde Eça de Queiroz e da Quinta da Lomba”. A estes, Maria João Regalo juntou ainda “a requalificação dos terrenos da Torralta, as bacias de retenção na Penalva, as piscinas dos Fidalguinhos e o nó de circulação automóvel em Santo António”.
Além disso, o Orçamento Municipal “continua a reflectir a forte aposta na higiene urbana, no apoio ao Desporto e ao movimento associativo, à Cultura, à Educação, à Acção Social e à Habitação”, adiantou, sem deixar de vincar que “28% da despesa total” é absorvida pelos “gastos com pessoal, na ordem dos 33 milhões de euros”.
Destaques socialistas e críticas da CDU
E o vice-presidente Rui Braga reforçou que “o próximo ano vai ser intenso em obras”. O socialista realçou, entre outras, as intervenções no Barreiro Velho – “onde vamos ter um dos maiores investimentos da autarquia em espaço público alguma vez realizados”, frisou – e nos terrenos da Torralta, que vão contar com “uma unidade hoteleira e uma praça de restauração”. “Vamos criar um novo centro na Torralta”, disse.
Já a socialista Sara Ferreira salientou os aumentos de “cerca de 200 mil euros nas áreas de intervenção social” e, mais avultado ainda, na ordem de “1 milhão de euros nas áreas da Educação”, face a 2024. “Significa que a escola pública continua a ser o nosso foco, não só no que toca à requalificação do edificado como também no que respeita aos apoios pedagógicos e refeições escolares”, apontou a vereadora.
Visão oposta tem a CDU, que não poupou críticas às opções socialistas nestes dois últimos mandatos. “No final de 2025 serão oito anos de presidência PS na Câmara do Barreiro, onde os sucessivos orçamentos têm sido instrumento de uma política de direita que vai além deles”, disse o vereador Ricardo Teixeira, ao ler a declaração de voto da CDU.
“O desinvestimento no serviço de recolha de lixo, que o PS passou para as mãos de um privado a quem paga mais de 2 milhões de euros anuais, é apenas um exemplo gritante desta política. A visível degradação do espaço público, tanto nos passeios como nas estradas, nas águas e saneamento, é o resultado do abandono de programas de repavimentação, conservação e manutenção”, considerou.
Na mesma declaração, a CDU acusou a gestão PS de adoptar uma “contínua venda e cedência por tuta-e-meia de importantes terrenos públicos para negócios privados” e de fazer um “aumento enorme de aquisição de serviços externos (mais de 2,5 milhões de euros, no total)”, que “demonstram bem o enfraquecimento da gestão pública a que o Barreiro tem sido sujeito”.
O orçamento terá de ser ainda votado pela Assembleia Municipal, onde o PS tem também maioria absoluta, com 20 eleitos. A CDU tem sete, o PSD dois e o BE e o Chega um cada.
Contas TCB já dão lucro e vão dispor de 18,5 milhões em 2025
Também aprovado na mesma reunião, com igual sentido de voto, foi o orçamento dos Transportes Colectivos do Barreiro (TCB) para 2025, que ascende a 18,5 milhões de euros. Frederico Rosa destacou que, depois de toda a reestruturação financeira e de operação que estão a ter, os TCB já estão a dar este ano (e no próximo irão reforçar) lucro. Situação que alivia a Câmara Municipal, que assim deixa de se ver obrigada a financiar a empresa e passa, consequentemente, a dispor de mais folga orçamental para outro tipo de investimentos.
De acordo com Maria João Regalo, este é “o maior orçamento de sempre” nos TCB. “5,5 milhões destinam-se a despesas com pessoal (31% do valor total do orçamento) e 5 milhões à aquisição de bens e serviços (28% do total). Para investimentos está previsto 1 milhão de euros, onde se inclui a compra de cinco viaturas de nove lugares para serviço dedicado a pessoas com mais dificuldade de mobilidade e de maior idade”, indicou a vereadora.