População desfavorecida e isolada solicita apoios para comprar alimentos e medicamentos
Desde a sua entrada em funcionamento, a Linha de Apoio Social criada pela Câmara Municipal do Barreiro “já ultrapassou mais de 1300 chamadas” com diversos pedidos de ajuda, normalmente, associados ao fornecimento de géneros alimentares, ao apoio à aquisição de bens e de medicamentos nas farmácias do concelho, para além de diversos esclarecimentos. Sara Ferreira, vereadora responsável pela área de Intervenção Social, explicou ao O SETUBALENSE que “após as chamadas e uma avaliação dos pedidos que nos são feitos, canalizamos os nossos recursos para as respectivas instituições” que estão no terreno.
A maioria dos casos dizem respeito à área de apoio domiciliário, mas a autarquia tem vindo também a receber pedidos que acabam por ser remetidos para uma cantina social, num trabalho que está a ser realizado em articulação com as juntas de freguesia e as próprias Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). Desde então, aquele município tem assegurado “diariamente, o seu trabalho de ajuda à população mais desfavorecida” ou “em situação de isolamento com a entrega de alimentação e medicação, através das suas equipas de intervenção social”.
A linha de apoio (212 068 214 e 212 068 195), que funciona entre as 9 e as 19h00, reforçou a sua actividade junto da população a 16 de Março. “Se for um pedido de apoio domiciliário estipulamos com estas instituições, se for uma questão relativa a uma cantina social ou de carência económica articulamos com a Segurança Social”, afirmou Sara Ferreira. Nos casos da necessidade de aquisição de bens ou medicamentos, a vereadora acrescenta que “asseguramos este serviço e vamos levar a casa, também com o apoio das juntas, porque a situação começou a ganhar uma dimensão que exigiu a participação destas autarquias”, frisou. A meio da última semana, a linha de apoio social tinha recebido um total de 1122 pedidos, mas o número já aumentou e neste momento já são mais de 1300 as solicitações apresentadas àquele município.
Sem abrigo recebem refeições diariamente
Na semana passada, foi ainda iniciada a entrega de material de protecção individual às IPSS concelhias. “Começámos por entregar ‘kits’ de protecção individual, que tinham máscaras, luvas e gel desinfectante e depois, a câmara municipal comprou tecido e a Corkor (uma empresa do concelho), com a ajuda de 120 voluntários, costurou as batas, as perneiras e as cogulas, que assim que estiveram prontas foram distribuídas por todas as instituições e lares do concelho”, sublinhou. No entanto, a responsável adianta que se ainda existirem “algumas instituições em falta, faremos a entrega logo que seja possível”, disse.
Relativamente à situação em que se encontram os oito sem abrigo que estão sinalizados no concelho, “montámos uma equipa de rua de emergência, que assegura visitas semanais, para tentarmos avaliar a situação de cada caso, garantindo a entrega de alimentos diariamente”, realçou Sara Ferreira. Garantido está também o “acompanhamento das situações, o que não significa que a pessoa só fica com uma resposta nos dias das visitas”, assinalou, com a equipa de apoio social a poder proceder à entrega de alimentos sempre que seja necessário.