Dirigente comunista visitou 21 hectares da Quinta do Braamcamp e diz não perceber “teimosia” do PS em recuar na alienação daquele espaço

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu esta quarta-feira, em visita ao concelho do Barreiro, que a Quinta do Braamcamp, só pode voltar a ser da população com a derrota do PS nas eleições de domingo, tendo sido recebido por uma enchente ao final da tarde.

“Uma vitória da CDU corresponderia à resolução do problema, voltando ao objectivo original que sempre existiu, que é um espaço para o lazer, para a fruição, para a qualidade do ambiente, para a actividade do desporto, e não para um negócio imobiliário por parte de um grupo económico”, sustentou.

O dirigente comunista visitou os 21 hectares que compõem a Quinta, que agora ainda se encontra em ruínas. Recorde-se que aquele espaço foi comprado pela autarquia em Dezembro de 2016, na altura presidida pela CDU, com a finalidade de construir um espaço para usufruto da população.

O projecto contemplava a arborização daquela área e a criação de condições para várias actividades lúdicas, como observação de aves e iniciativas de âmbito desportivo. Contudo, em 2017, o PS conquistou o município e alterou os planos para a Quinta do Braamcamp, que antigamente pertenceu à Sociedade Nacional de Cortiças.

A Câmara Municipal pretendia alienar o espaço para construção de uma unidade hoteleira, mas a requalificação do espaço foi, entretanto, embargada por uma providência cautelar interposta por um movimento de cidadãos que quer que a Braamcamp seja para usufruto dos barreirenses.

Jerónimo de Sousa considerou que a autarquia “não esperava a reacção da população” e disse não perceber “a teimosia” do PS em recuar na alienação deste espaço. O membro do Comité Central lamentou que aquilo que a autarquia presidida pela CDU “tinha comprado com o objetivo de melhorar as condições de vida” da população, esteja agora “na mira do negócio, particularmente, com fins imobiliários”.

Iniciativa da coligação encerra amanhã campanha eleitoral

As expectativas na reconquista do Barreiro pela CDU são altas, por isso, Jerónimo de Sousa veio ‘dar um empurrão’ à candidatura de Carlos Humberto de Carvalho, que liderou a edilidade durante 12 anos. O final da tarde foi ainda reservado para uma sessão pública.

A chegada dos apoiantes da coligação foi acompanhada pela canção popular italiana “Bella Ciao”, símbolo de resistência ao fascismo de Mussolini, interpretada por um colectivo local.

Durante a acção de campanha, o candidato à Assembleia Municipal do Barreiro, dirigente e deputado do PEV, José Luís Ferreira, alinhou com Jerónimo de Sousa e disse que a autarquia tem de “ser mais do que uma imobiliária” e devolver o espaço da Braamcamp à esfera pública.