Humorista levará temas e personagens incontornáveis à noite de festa que se adivinha
Falar de um espectáculo de Herman José, é fácil, partindo de alguns pressupostos, ou relembrando alguns factos sobre quem é o humorista.
Em primeiro lugar porque ele próprio é a definição de espectáculo: canta (o que quiser, com o tom que quiser, com a versão mais séria ou mais irónica que quiser), representa, faz piadas, diz piadas dele e de outros, sobre ele e sobre outros, com piada… e é sempre previsivelmente inesperado.
Aparentemente nele tudo é fácil, tudo é espontâneo, porque tem talento, mas ter talento dá muito trabalho. E ele não brinca em serviço.
No Barreiro, na noite desta sexta-feira, o Palco das Marés é dele e seguramente Herman José vai ocupá-lo com o talento e o profissionalismo habitual, hoje aos 69 anos, como há 10, 20 ou 40 anos.
Levará temas e personagens (Serafim Saudade será certamente uma delas) incontornáveis à noite de festa que se adivinha, que englobará diferentes gerações de público.
Poderá haver quem não goste do humorista, mas a sua dimensão artística, humorística e intelectual é absolutamente inquestionável, como o foi ao longo do meio século de actividade artística. Não haver capacidade de o reconhecer, já – a existir – seria outra coisa. Eu gosto.