A GNR está a testar hoje, 23, no Barreiro, a utilização das redes sociais na resposta a situações de emergência, com a criação de uma plataforma informática que filtra as informações e apoia as forças de autoridade na tomada de decisões.
“Temos uma parceria com a empresa Tekever que tem um duplo objectivo. Por um lado este projecto permite testar esta plataforma informática que retira informação das redes sociais para conseguir apoiar a decisão e por outro permite treinar as equipas das GNR”, disse ao DIÁRIO DA REGIÃO o major Cura Marques, responsável da GNR pelo exercício.
A GNR em parceria com o grupo tecnológico português Tekever está a testar a utilidade das redes sociais, num exercício compreende a simulação de um sismo com várias réplicas e decorre no âmbito do projecto europeu “SOTERIA”, que se realizou no Parque Empresarial da Baía do Tejo, no Barreiro.
“Todas as redes sociais têm um manancial de informação enorme, mas como é muita informação é quase impossível analisar sem uma plataforma que permita retirar o importante. Já foram efectuados vários exercícios e vamos caminhar na direcção da perfeição, de atingir os objectivos a que se propõe”, salientou Cura Marques.
No exercício de hoje, os militares da GNR no terreno foram chamados a intervir em várias situações de emergência, entre as quais auxílio a vítimas soterradas em escombros após colapso de uma fábrica, derramamento de produtos altamente inflamáveis e busca e salvamento de três vítimas de um acidente rodoviário com queda do veículo no rio.
“Temos três especialidades com 20 homens cada. Temos a especialidade de matérias perigosas, a equipa de regaste subaquático e a equipa de busca e resgate em estruturas colapsadas, apoiados por cerca de 20 veículos. Este tipo de equipas precisa de treinos constantes para manter os seus padrões de exigência e estes exercícios são fundamentais para manter capacidades e melhorar os procedimentos”, explicou.
Pedro Sinogas, administrador da empresa Tekever, disse ao DIÁRIO DA REGIÃO que a gestão da informação nas redes sociais é “cada vez mais crítica”, salientando que a filtragem é muito importante.
“Uma informação numa rede social que leve as forças de segurança a um local errado está a desviar recursos que podem salvar vidas se estiverem no local certo. O resultado final deste projecto é um conjunto de ferramentas que dão suporte para a gestão da informação. Este exercício serve de teste final a essas ferramentas, que já estão desenvolvidas”, explicou.
Segundo Pedro Sinogas, os cidadãos utilizam as redes sociais e as ferramentas nos postos de comando analisam depois a informação e alimentam a coordenação das forças de protecção civil.
“Estamos aqui com a GNR a promover o suporte da tecnologia à resolução de crises e catástrofes em ambientes europeus, de como se deve gerir a informação crítica e evitar situações de pânico. É um trabalho europeu e nós damos o suporte para fornecer métodos e ferramentas às forças de autoridade”, concluiu.