O barítono barreirense Manuel Pedro Nunes, que tinha agendado um concerto para o Espaço Memória no final deste mês, na sequência do projecto da Área Metropolitana de Lisboa “Mural 18”, faleceu recentemente, vítima de complicações associadas à doença covid-19.
Bastante acarinhado junto da comunidade local, o artista começou por desenvolver os seus estudos na Academia de Amadores de Música, tendo concluído o Curso Superior de Canto no Conservatório de Lisboa.
Posteriormente, prosseguiu os seus estudos em Salzburgo, sob a égide do professor Rudolf Knoll, enquanto bolseiro do Ministério da Cultura e da Fundação Luso-Americana. Trabalhou ainda com a professora Vera Rozsa, em Londres, durante largos períodos, na qualidade de bolseiro do UPAE e da AB-FLAD, tendo frequentado mais tarde diversas ‘materclasses’.
O barítono, que foi influenciado pela escola alemã, com preferência para autores como Brahms, Richard Strauss e Schubert, fez a sua estreia internacional em França, tendo actuado também no Chile e realizado múltiplas apresentações a nível nacional, nos Palácios de Queluz, Fronteira e Ajuda, no Mosteiro dos Jerónimos, em eventos de diversas autarquias, e nas Universidades do Minho e Nova de Lisboa.
Manuel Pedro Santos, que em paralelo desempenhou ainda as funções de explicador de diversos estudantes barreirenses, cursou também Engenharia Química e frequentou Filologia Clássica e Matemática, tendo ainda ampliado os seus conhecimentos linguísticos, chegando a dominar um total de oito idiomas.
Desde há algum tempo, encontrava-se hospitalizado em resultado de ter contraído o vírus que originou a actual situação de pandemia