1 Julho 2024, Segunda-feira

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Cedência da Muleta Álvaro Velho a empresa de Lisboa gera protestos junto da oposição

Cedência da Muleta Álvaro Velho a empresa de Lisboa gera protestos junto da oposição

Cedência da Muleta Álvaro Velho a empresa de Lisboa gera protestos junto da oposição

Executivo socialista contraria posição e destaca factores positivos da entrega da embarcação

 

Os vereadores eleitos pela CDU na Câmara do Barreiro, Miguel Amaral e Humberto Faísca, apresentaram uma declaração de voto na última reunião do executivo, liderado pelo socialista Frederico Rosa, defendendo que este “pretende ceder” a embarcação típica “Muleta Álvaro Velho” a uma empresa de Lisboa, de forma gratuita e por um período de dez anos, “a troco de apenas algumas horas de utilização pelo município”, situação que defendem ser “desvantajosa e lesiva” para a população.

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Os eleitos comunistas lembram que a construção da embarcação, em executivos anteriores, “fez parte de uma estratégia integrada de valorização da frente ribeirinha que incluía também a compra da Quinta do Braamcamp e a recuperação do respectivo moinho de maré”. Recordam ainda que em 2015, a câmara aprovou por unanimidade a construção da Muleta, tendo, em 2016, aprovado por maioria “a obtenção de um empréstimo de 300 mil euros para a construção” da embarcação.

Na mesma reunião, a vereadora Maria João Regalo (PS), responsável pelo pelouro do Turismo, apresentou uma proposta relativa ao contrato de comodato desta embarcação, revelando que presentemente a mesma encontra-se “em fase final de construção”, estando prevista a entrega desta no próximo mês de Agosto, de modo a rentabilizá-la, mas “salva- guardando a disponibilização […] ao município”, com as particularidades de quatro horas seguidas de navegação semanal, entre os meses de Maio e Outubro, destinadas às escolas e ao movimento associativo, e seis horas seguidas, mensalmente, durante o mesmo período, totalizando 32 horas disponíveis para o município.

Prevista está ainda a disponibilização, sem limites de horas, a 28 de Julho, data em que se celebra anualmente o Dia da Cidade, a 15 de Agosto, que coincide com o Dia da Procissão Marítima em honra de Nossa Sra. do Rosário, assim como a subida do rio Coina e a celebração do dia da Marinha do Tejo.

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“Nestes quatro dias, a embarcação estará disponível, sem limites de horas, ao serviço da [câmara]”, garantiu a autarca. O contrato de comodato, acrescentou, prevê ainda “o desconto, em todos os serviços, da empresa com a qual estamos a estabelecer o [acordo]”, sendo que todos os residentes no concelho poderão contar com “um desconto de 70 por cento nos serviços” prestados e de 20% nas restantes actividades.

Maria João Regalo explicou ao restante executivo que a grande vantagem existente com a realização deste contrato “tem a ver com o facto de a empresa em questão ter um ‘know how’ elevado neste ramos de actividade, [por] só se dedicarem à exploração de embarcações tradicionais do Tejo”, sendo que, as despesas de manutenção e combustível “estarão inteiramente [a seu] cargo”, tendo informado que a mesma opera no Terreiro do Paço, em Lisboa, e “que a embarcação será ainda um grande veículo de promoção do nosso concelho”, destacou, tendo voltado a referir que tanto as instituições como os munícipes barreirenses “vão usufruir de um serviço de excelência”, frisou.

A autarca recordou ainda que no Barreiro não existem “recursos humanos suficientes para prestarmos este serviço”, revelou. Já o presidente Frederico Rosa assegurou ao restante executivo que a câmara fará, anualmente, a reserva de todos os dias que sejam necessários para usufruto local da embarcação. No final a proposta foi aprovada, com dois votos contra da CDU.

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Vereação CDU: “Um modelo de negócio lesivo para o município, que não é bom para o Barreiro”

Miguel Amaral, vereador eleito pela CDU, considerou que este “é um modelo de negócio lesivo para o município […] e que não é bom para o Barreiro”, porque a empresa irá entregar ao município “umas migalhas”, tendo classificado este como “um negócio que não é muito digno” para o concelho, questionando-se acerca do “custo” que a operação irá envolver de futuro para o território.

Em comunicado, os eleitos comunistas recordam que “durante os últimos cinco anos, apesar de vários apelos, a embarcação que se encontrava já construída nunca foi posta ao serviço da população, tendo sido mantida sempre em estaleiro”. Acusam ainda o anterior e actual executivo de manterem uma manutenção com a embarcação de 700 mil euros anuais, que ascenderam a um investimento “estimado em um milhão de euros”.

“A empresa ‘Nosso Tejo’ receberá a embarcação com um valor estimado em um milhão
de euros para exercer a sua actividade comercial e, em troca, cederá o barco ao município, para usufruto […] apenas seis horas por semana, em horário muito condicionado, apenas
em dias específicos e mediante aviso com vários meses de antecedência”, destacam, alertando que “não está prevista a possibilidade de [a] utilizar [aos] fins-de-semana”, isto por “um período de dez anos”.

Os vereadores da oposição consideram que há capacidade “para contratar os trabalhadores e os meios técnicos necessários para colocar a muleta a navegar no Barreiro em permanência”, facto de defendem “ter acontecido no decurso dos últimos anos” e “após a finalização da sua construção, criando assim um serviço público ao dispor de toda a população”, acrescentam, constatando que o contrato de comodato “não se afigura vantajoso” para a cidade.

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