Comandante do Porto de Lisboa diz que “não restam duvidas” de que velocidade não era a “mais adequada”. Soflusa diz que nevoeiro é só uma de muitos causas possíveis. Acidente fez 34 feridos
O ‘catamarã’ de passageiros que embateu hoje quando atracava no cais fluvial do Terreiro do Paço, num acidente que provocou 34 feridos ligeiros, não circulava à velocidade “mais adequada”, admitiu o comandante do Porto de Lisboa.
“A velocidade certamente que não era [a mais adequada], isso não resta dúvidas. Agora, foi prejudicada pela falta de visibilidade”, disse José Isabel à agência Lusa, falando numa “má avaliação” da parte do piloto.
“Ao vir com essa velocidade – o comandante pensava que estava mais longe – acabou por embater no cais”, concretizou.
O catamarã “Antero de Quental da Soflusa” embateu na doca da Marinha quando seguia do Barreiro para o Terreiro do Paço e, na sequência desse embate, alguns passageiros que já se tinham levantado para desembarcar foram projectados e ficaram feridos.
O balanço foi entretanto actualizado para 34 feridos ligeiros (32 mulheres e dois homens), de um total de 561 passageiros. Inicialmente, as autoridades deram conta de 33 feridos ligeiros.
Os passageiros foram assistidos no local ou levados para os hospitais São Francisco Xavier, São José e Santa Maria e para Maternidade Alfredo da Costa, mas por precaução.
“Nenhum deles inspira cuidados, só um deles tinha uma fractura evidente no membro inferior”, apontou José Isabel.
O comandante referiu também que “o piloto já foi ouvido pelas autoridades e será feito de processo de averiguações ao acidente”.
De acordo com este responsável, no local estiveram oito viaturas e 36 elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros, entre 10 a 20 elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), 10 elementos da Polícia Marítima, cinco da Protecção Civil municipal e “muitos elementos” da Polícia de Segurança Pública (PSP).
“O socorro foi rápido e, além de rápido, foi muito bem coordenado”, vincou José Isabel, assinalando que “o incidente foi às 08:30 e às 08:40/08:45 já [lá] estava o socorro”.
Falando aos jornalistas, um passageiro que estava na embarcação da Soflusa contou que “o barco abrandou, mas não deu tempo e bateu no cais”.
“Na altura em que abrandou, [as pessoas] puseram-se de pé para sair, mas não contavam que embatesse”, precisou Luís Filipe, dando conta de um “nevoeiro cerrado”.
As autoridades vão agora investigar as causas do incidente.
Empresa diz que nevoeiro é uma entre muitas hipóteses de causas
O presidente do conselho de administração da Transtejo e da Soflusa afirmou hoje desconhecer as causas do acidente com um ‘ferry’ de passageiros que atracava no Terreiro do Paço (Lisboa), admitindo que o nevoeiro possa ter motivado o embate.
Questionado pelos jornalistas, José Bagarrão disse que o nevoeiro “é uma das hipóteses entre muitas que podem ter estado na origem do acidente”, referindo que “a comissão de inquérito que vai ser nomeada pela empresa é que vai apurar as causas”.
Segundo o responsável da Transtejo – Transportes do Tejo e da Soflusa – Sociedade Fluvial de Transportes, “a embarcação embateu na doca da Marinha quando vinha do Barreiro para o Terreiro do Paço e, na sequência desse embate, alguns passageiros que já se tinham certamente levantado para desembarcar foram projectados e ficaram feridos”.