Equipamento foi inaugurado no Dia da Cidade e visa preservar e perpetuar a história da democracia local
A inauguração da Casa da Cidadania Cabós Gonçalves – integrada também nas comemorações de Abril promovidas pelo município do Barreiro – foi outro dos momentos altos vividos no Dia da Cidade, celebrado na passada sexta-feira.
Em jeito de balanço à abertura de mais um equipamento cultural no concelho, Frederico Rosa prefere desde logo acentuar a tónica no sentimento que foi despertado durante a cerimónia. “Estava toda a gente com a lágrima no olho. Foi muito emocionante, com as presenças da família e dos amigos de Cabós Gonçalves, mas também com muitos dos ex-presos políticos – até Conceição Matos, a mulher mais torturada em Portugal pela PIDE – e autarcas…”, sublinha o presidente da Câmara do Barreiro, antes de apontar um dos principais objectivos do novo espaço.
“A lógica da Casa da Cidadania é contar aos mais novos a história da liberdade e da democracia no Barreiro, para que se aprenda e para que nunca mais voltemos a passar pelo que passámos. Nestes primeiros dias já tivemos inúmeras visitas, mas queremos ter muitas mais”, revela.
E a história barreirense, considera, está reflectida no novo equipamento com rigor e dignidade. “Temos, por exemplo, um painel enorme com as fichas da PIDE de todos os presos políticos [do Barreiro], que este ano homenageámos”, faz questão de sublinhar o edil, para de seguida vincar mais do espólio presente na casa. “Temos também um painel onde lembramos todos os homens e mulheres que fizeram parte da democracia, desde a comissão administrativa que houve no Barreiro antes das primeiras autárquicas, e uma galeria com todos os presidentes de Câmara e da Assembleia Municipal.”
Tudo com o propósito de preservar e perpetuar a memória colectiva barreirense no virar de página do País. “Contamos a história da democracia, do Poder Local, todo aquele ânimo que levou à constituição dos partidos políticos logo a seguir ao 25 de Abril, onde eram as suas sedes no Barreiro… A ideia é que qualquer pessoa, de qualquer idade, sobretudo as gerações mais novas, consigam perceber como o Barreiro se libertou das amarras do antigo regime, rejubilou com o 25 de Abril e construiu também a sua democracia”, explica Frederico Rosa.
A Casa da Cidadania apresenta também gabinetes de trabalho para os partidos com representação na Assembleia Municipal, bem como para o presidente do órgão deliberativo.