A Câmara do Barreiro anunciou que a candidatura de cerca de 18 milhões de euros para a aquisição de 60 autocarros para os Transportes Colectivos do Barreiro (TCB) foi hoje, 24, efectuada, no dia em que os transportes celebraram o seu 60º aniversário.
“Avançamos com uma candidatura para a aquisição de 60 novas viaturas, movidas a gás natural. Aproveitámos a oportunidade, apesar de a comparticipação ser baixa e obrigar a um endividamento da autarquia em cerca de 15 milhões de euros”, disse Carlos Humberto (PCP), presidente da Câmara do Barreiro, na cerimónia que assinalou o aniversário.
Os TCB são um serviço municipalizado da Câmara do Barreiro que efectua carreiras em todo o concelho, para além de também efectuar ligações em algumas freguesias do concelho vizinho da Moita.
A aquisição dos novos autocarros, aprovada pela Câmara e pela Assembleia Municipal, vai ser feita até 2019, num investimento de cerca de 18 milhões de euros, que vai ser financiado através de um empréstimo bancário, sendo esperados cerca de 3,5 milhões de euros de fundos comunitários.
No dia de assinalar os 60 anos, o autarca do Barreiro defendeu também que o serviço de transportes foi essencial para minimizar a perda de população no concelho.
“Os TCB não permitiram que a sangria tivesse sido maior ao nível da perda de população, sem os TCB perdíamos muito mais que os cerca de 20% da população que ocorreu”, defendeu.
Carlos Humberto disse ainda que é necessária uma mudança de patamar nos TCB, anunciando algumas medidas, como a aposta em aplicações e um novo serviço de TCBikes, em que existem 10 bicicletas disponíveis que podem ser usadas por quem tenha um passe dos TCB.
“Tem que haver uma visão distinta da mobilidade e do sistema de transportes na AML. Não podemos ter centenas de títulos de transporte e a bilhética a estes valores, porque senão as pessoas continuam a utilizar o transporte individual”, disse.
O autarca disse ainda que o alargamento dos TCB ao concelho vizinho da Moita, que ocorreu em 2016, é uma experiência e que no futuro “podem ser dados novos passos e nós estamos disponíveis para os dar”.
Presente na cerimónia esteve o secretário de estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, que elogiou os 60 anos de um serviço público de primeira necessidade.
“Um serviço público de transportes de titularidade municipal tem um papel central nas políticas de mobilidade e por isso fizemos o mesmo com a Carris e os STCP”, defendeu, lembrando o trabalho nas novas autoridades de transportes e o investimento do governo de “cerca de 150 milhões de euros” em apoios, como o caso dos passes.
José Mendes aproveitou também para referir que os ajustamentos de tarifários foram de 1,5%, de acordo com o valor da inflação.
“O governo tem que garantir que o transporte público seja acessível às populações, mas este só existe se existirem operadores. É um aumento mas também tem que se cuidar de quem gere as empresas, sobre pena de vermos reduzido o sistema. O aumento foi de 1,5% e os que criticaram deviam revisitar o aumento de 15% em 2011”, concluiu.