A primeira central para depósito, transformação e valorização de bivalves do país vai nascer no Barreiro, num investimento superior a um milhão de euros, anunciou hoje, 30, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
A infraestrutura, que deverá estar criada no prazo máximo de um ano, tem como objectivo regular a apanha de apanha de amêijoa-japonesa no estuário do rio Tejo e a sua comercialização em condições de salubridade adequadas.
“É crucial para o estuário do Tejo e para a comunidade de apanhadores vasta, em que só uma parte tem licenças, e com bivalves com níveis elevados de contaminação. Esta será a primeira unidade em Portugal que pode transformar os bivalves para serem consumidos pelas pessoas e vai permitir também que a comunidade de apanhadores seja alargada”, afirmou a ministra.
No dia de hoje, no Barreiro, foi assinado um protocolo de colaboração para a construção da infraestrutura entre a Câmara Municipal do Barreiro, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a Direcção-geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, a Administração do Porto de Lisboa (APL) e a Docapesca.
Um pouco por todos os concelhos do estuário do Tejo é possível ver diariamente milhares de pessoas que se dedicam à apanha de amêijoa-japonesa, sendo para muitos o seu único meio de subsistência.
Ana Paula Vitorino salientou a necessidade de acompanhamento e monitorização das águas e dos bivalves, elogiando a participação da autarquia do Barreiro no projecto, que vai alvo de uma candidatura ao Mar 2020.
“É um investimento grande, que se estima entre os 1,2 e 1,4 milhões de euros e são esperados de comparticipação 75%, os restantes serão de organismos da administração central”, frisou.
A ministra do Mar defendeu ainda que esta infraestrutura é algo que já devia existir e quer ver os prazos cumpridos, referindo que um ano “é tempo suficiente”.
“Vai ser já publicado hoje o anúncio para a candidatura a este projecto e também está feito o caderno de encargos para a obra. Este protocolo não é para pensar o que se vai fazer, já estão dados todos os passos”, explicou.
O presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, considerou que o projecto já era ambicionado há muito tempo, referindo que é uma “boa notícia” e que vai também possibilitar o combate a actividades ilícitas registadas neste sector.
Grupo vai estudar localização do terminal
Ana Paula Vitorino visitou depois o local onde se vai situar a infraestrutura, na zona do Lavradio, junto ao rio Tejo e aproveitou para comentar a localização do novo terminal de contentores do Barreiro.
“Está a ser reavaliada a configuração do terminal que esteve em consulta pública e vai ser criado um grupo de trabalho para acompanhar essa reavaliação. Vamos acompanhar de perto, vão ser nomeados os responsáveis e aconselho a que a representação neste grupo seja ao mais alto nível”, afirmou, manifestando o desejo que a obra possa avançar.