O debate “Quinta Braamcamp – Refletir sobre o Território” encheu o Auditório da Biblioteca Municipal, reflectindo o significado que aquela área da cidade tem para a população. Esta iniciativa tinha o objectivo de reflectir e recolher opiniões sobre o futuro daquele território, com reconhecido potencial, que o Município adquiriu recentemente.
Esta iniciativa permitia, conforme referiu o vereador com a Regeneração Urbana, discutir, participar, envolver “sobre aquilo que são os desenvolvimentos do nosso território”. Rui Lopo sublinhou a necessidade de entender aquele espaço “como um todo” – recorde-se que a Quinta Braamcamp está situada na zona ribeirinha da parcela mais antiga da cidade, com o que muitos consideram “a melhor vista para Lisboa”.
“Procuramos perceber o que é que de fundamental podemos fazer”. Esta sessão visava a definição de uma linha orientadora para o espaço envolvente, cuja regeneração ascenderá a dezenas de milhões de euros, sendo certo que, nesta altura, referiu o Vereador, encontra-se disponível um milhão de euros para investir, fruto de uma candidatura a fundos, a aplicar na recuperação do moinho de maré que existe no interior da Quinta e sua envolvente paisagística.
A Quinta Braamcamp está integrada numa área abrangente com cerca de 21 hectares, à escala, comparou o Chefe da Divisão de Gestão e Regeneração Urbana, da CMB, da Baixa de Lisboa ou da Baía do Rio de Janeiro. O trabalho da Autarquia tem sido feito no sentido de “aproximar o nosso centro mais histórico de toda esta frente ribeirinha”, sendo esta uma zona com restrições, fruto dos vários domínios ali existentes.
Os territórios têm que ser trabalhados “para serem interessantes”, referiu Luís Araújo. O arquitecto da CMB reconheceu a necessidade de iniciativas do género apelando à “participação mais ou menos descomprometida”, sendo desejado que no final das várias démarches do processo fosse possível perceber o que seria necessário para aquele território ficar “reestruturado”, tentado perceber os custos associados.
José Mateus reconheceu “o potencial deste território”, “bastante mais poderoso do que eu o intuía” – “de uma beleza absolutamente incrível”. Alertando para a necessidade de lhe “tocar com muito cuidado”, manifestou-se “absolutamente contra intervenções casuísticas, populistas”.
O responsável da ARX Portugal Arquitectos, (empresa autora do projecto da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro/Instituto Politécnico de Setúbal) sublinhou a necessidade de uma “ligação muito forte ao tecido da cidade”, “mais fluída”, e manifestou o desejo de escutar as “opiniões” e “expectativas” dos presentes sobre o local.
“Estamos a construir coisas para o nosso presente, para o nosso futuro e para o futuro de quem vem a seguir”, referiu, no encerramento, o presidente da CMB. Carlos Humberto admitiu a importância daquele momento: “Estamos a discutir coisas que que podem transformar o futuro do Barreiro”, desafio, que considerou “absolutamente central”.
O responsável salientou a necessidade de percepcionar o território com uma “visão integrada”. Esta intervenção, avançou, “vai marcar a próxima década do concelho do Barreiro”.