A actividade portuária no Barreiro despertou o interesse de dezenas de munícipes que encheram o Auditório da Biblioteca Municipal do Barreiro para um debate intenso sobre a Plataforma Multimodal do Barreiro/Terminal de Contentores.
Representantes do Executivo Municipal do Barreiro e dos Conselhos de Administração do Porto de Lisboa – Carlos Correia – e da Baía do Tejo – Sérgio Saraiva – esclareceram os munícipes no que toca às questões económicas, ambientais, das acessibilidades, entre outras.
Numa fase pós submissão do projecto de Estudo de Impacte Ambiental (EIA), decorre, em fevereiro, a sua análise por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A conclusão dos estudos e consequente emissão da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) estão previstas para junho.
Sento o Projecto do Terminal de Contentores no Barreiro “viável do ponto de vista técnico, de intermodalidade e económico-financeiro”, Carlos Correia explicou que o Barreiro “beneficia da proximidade à rede ferroviária e rodoviária nacional, exigindo apenas um ramal de ligação ferroviário e uma variante rodoviária até ao espaço portuário”.
Salientou que no Barreiro estão criadas as condições para a constituição de uma plataforma logístico-industrial competitiva que “potencie actividade de suporte à actividade portuária. Dinamize a economia da Península de Setúbal, em particular do Barreiro, captando novos investimentos, com consequente criação de emprego”.
Uma das conclusões do Estudo de Impacte Ambiental apresentada por Carlos Correia refere que “os impactes positivos parecem contrabalançar os impactes negativos mais expressivos”. Concluindo que o cenário geral é um “balanço positivo na concretização do projecto”.
Na opinião de Sérgio Saraiva, este projecto “terá um impacte que transcende as fronteiras do Concelho e que permitirá atrair mais empresas” e acrescentou que “em qualquer cidade do mundo um Porto é uma alavanca económica”.
Por seu lado, o Vereador Rui Lopo, com responsabilidade na área do Planeamento, fez a retrospectiva do processo iniciado há cinco anos. Um trabalho que se encontra “ainda a meio, mas que irá promover o emprego e desenvolvimento económico do Concelho e da Região”.
No período de intenso debate, moderado pela Vice-Presidente Sofia Martins, foram apresentadas diversas questões.
Carlos Correia esclareceu que a entidade “Infraestruturas de Portugal” lançou um estudo sobre as acessibilidades e serão analisadas neste âmbito. Considera que “a Terceira Travessia do Tejo (TTT) é um elemento que potenciará a acessibilidade à margem norte”.
Em relação aos postos de trabalho, o novo terminal prevê a criação de 300 a 500 postos de trabalho directos na fase de construção e 1150 postos directos na fase de exploração.
A concluir, o presidente da CMB, Carlos Humberto, sublinhou o entendimento e esforço permanente entre APL, Baía do Tejo, as Infraestruturas de Portugal, o Município do Barreiro e a Câmara Municipal do Seixal neste projecto.
Em relação à atividade portuária regional, o município do Barreiro e as Câmaras de Lisboa e Setúbal irão tomar, segundo o Presidente, uma posição pública em breve. “Temos cosido estes entendimentos. Os presidentes das três autarquias partilham de uma visão comum: termos actividades portuárias que se complementam”.
Informou que o Terminal será construído em terrenos conquistados ao rio e que os mesmos “podem ser aproveitados para a actividade económica e para a criação de riqueza, o que é para nós a maior mais-valia”.