Autor barreirense escreveu poemas como “Lisboa, menina e moça” e “Amélia dos olhos doces”
O poeta, artista plástico e publicitário Joaquim Pessoa, autor de poemas como “Lisboa, menina e moça” e “Amélia dos olhos doces”, morreu hoje, aos 75 anos, vítima de doença prolongada, informou a editora Edições Esgotadas.
“A Editora Edições Esgotadas informa, com imenso pesar, que o poeta Joaquim Pessoa partiu esta manhã. Joaquim Pessoa encontrava-se doente há vários meses, tendo agravado o seu estado de saúde nas últimas horas”, anunciou, em comunicado, a editora que publica a obra do autor.
O escritor José Jorge Letria confirmou à Lusa a morte de Joaquim Pessoa na última madrugada, adiantando que o poeta estava internado e que lutava há muito tempo contra uma doença grave.
O também poeta e jornalista, que era próximo de Joaquim Pessoa, destacou a sua extensa obra poética, lembrando que foi autor de letras musicadas e interpretadas por Carlos Mendes, como é o caso da “Amélia dos olhos doces”, uma das mais famosas, bem como de “Lisboa, menina e moça”, criada em parceria com José Carlos Ary dos Santos e Fernando Tordo.
Considerando que o país perdeu um “poeta importante”, José Jorge Letria lembrou, a esse propósito, que foi criado na Moita um prémio de poesia anual com o seu nome.
Joaquim Pessoa viu ainda o seu nome ser atribuído a ruas na Baixa da Banheira (também no município da Moita) e no Poceirão (concelho de Palmela).
Nascido no Barreiro a 22 de Fevereiro de 1948, Joaquim Maria Pessoa destacou-se profissionalmente como poeta, artista plástico, publicitário e como estudioso de arte pré-histórica.
Formado em Marketing e Publicidade, foi director criativo e diretor-geral de várias agências de publicidade e autor ou co-autor de diversos programas de televisão, como “1000 Imagens”, “Rua Sésamo” e “45 Anos de Publicidade em Portugal”, entre outros.
Joaquim Pessoa foi também diretor da Sociedade Portuguesa de Autores, entre 1988 e 1994, diretor literário da Litexa Editora, diretor do jornal Poetas & Trovadores, colaborador das revistas Sílex e Vértice e do jornal a Bola.
Juntamente com Ary dos Santos, Fernando Tordo, Carlos Mendes, Paulo de Carvalho e Luiz Villas-Boas, entre outros, fundou a cooperativa artística Toma Lá Disco.
Em colaboração com Luís Machado, organizou em 1983 o I Encontro Peninsular de Poesia, que reuniu prestigiados nomes da poesia ibérica.
Conta com mais de 600 recitais da sua poesia, realizados em Portugal e no estrangeiro.