Uma zona que há mais de duas décadas tem sido motivo de conflitos, vai ser intervencionada e reforçar a economia local
A Câmara de Almada vai assinar contratos-programa com parceiros executores no âmbito da candidatura do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) direccionado para Comunidades Desfavorecidas – Operação Integrada Local 2 – Costa da Caparica. O objectivo é a concretização do Parque Agro-alimentar das Terras da Costa e do Mar, e a criação da marca com o mesmo nome.
A proposta apresentada pela socialista presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, na reunião pública de 8 de Maio, foi aprovada por unanimidade (PS, PSD, CDU e BE), que indicou terem sido estas candidaturas “articuladas no seio da Área Metropolitana de Lisboa”, cujo modelo foi “criado em termos de Operação Integrada”.
Almada apresentou dois projectos, um direccionado para a Costa da Caparica e um outro para a Caparica – Trafaria. Segundo Inês de Medeiros, o montante foi pré-definido na sequência da candidatura ao aviso da segunda fase. Ou seja, Almada “apresentou duas operações integradas locais”, uma para cada um dos territórios, tendo as mesmas sido “aprovadas pela Área Metropolitana de Lisboa, dando lugar em Novembro de 2022 a um termo de aceitação de financiamento no valor de 6 milhões 471 986 euros”.
Avançou a presidente que, no caso da Operação Integrada 2 – Costa da Caparica, esta “tem como objectivo estratégico a concretização do Parque Agro-alimentar das Terras da Costa e do Mar a implementar em terrenos municipais aos quais se poderão associar terrenos particulares”.
Definiu ainda que este será “um projecto âncora a partir do qual se desenvolvem as diferentes componentes do projecto com vista à qualificação ambiental dos produtos agrícolas ali gerados”.
Trata-se assim de “alavancar a produção local, promover a qualificação e empregabilidade”, isto apontando para uma “nova agricultura, concretizar a oportunidade de novos negócios, fomentar a economia circular e as cadeias curtas de distribuição” e, ao mesmo tempo, “aprofundar o espírito de comunidade através da criatividade, cultura e desporto, bem como envolver as novas gerações neste contexto de sustentabilidade, sazonalidade e saúde”.
Além do élan económico local desta reconfiguração do território, esta é ainda “uma forma mais harmoniosa de pôr fim a uma série de confrontos com mais de 20 anos entre alguns dos produtores que ali estavam instalados em terrenos municipais e o próprio município”, avalia a presidente da câmara. “Vai haver aqui uma regularização na forma como aquelas terras são usadas e cultivadas num projecto que une todos”, acrescentou durante a apresentação da proposta.
Além disso, também faz parte do projecto a “criação da marca Terras da Costa e do Mar”, um processo que envolve, em parte, a comunidade piscatória.