O Presidente da República considerou esta quinta-feira, 6, que “o Governo está apostado no futuro do Arsenal do Alfeite” e que está em curso “uma viragem histórica” nesta empresa de construção naval de capitais exclusivamente públicos.
Marcelo Rebelo de Sousa visitou hoje à tarde, durante cerca de duas horas e meia, a Arsenal do Alfeite S.A., situada na Base Naval de Lisboa, que segundo a administração da empresa, há 45 anos não recebia a visita de um Presidente da República.
O chefe de Estado afirmou que a sua presença se destinava a apoiar, “como Presidente da República e como Comandante Supremo das Forças Armadas, a obra que está em curso, a viragem histórica que está em curso”, e a “certificar que existe futuro” para esta empresa naval.
“Já começou esta viragem, porque, como foi aqui dito, o Governo está apostado no futuro do Arsenal do Alfeite, e porque há uma linha de rumo para os próximos anos”, defendeu, acrescentando: “Desenganem-se aqueles que pensavam que estavam contados os dias do Arsenal. Não estão. Haverá muitos mais dias no futuro do que os muitos dias do passado”.
Estava previsto, mas não se confirmou, que o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, também acompanhasse esta visita.
No final, questionado sobre a razão para esta ausência, o chefe de Estado respondeu aos jornalistas: “Não me venham perguntar isso. Temos aqui a senhora ministra do Mar, temos o senhor secretário de Estado da Defesa, que, aliás, falou”.
Fonte oficial do gabinete do ministro da Defesa disse à agência Lusa que este esteve ausente “por impossibilidade de agenda e por estar a preparar a audição de sexta-feira no parlamento”.
Marcelo Rebelo de Sousa foi também interrogado sobre o furto do material de guerra em Tancos e sobre a resposta do primeiro-ministro a questões do CDS-PP sobre os recentes incêndios na região centro, mas escusou-se a responder a “outras questões” não relacionadas com o Arsenal do Alfeite.
“No próximo sábado lá estarei outra vez em Pedrógão, e estive em Castanheira de Pera há poucos dias. Não posso comentar o que não conheço. Não conheço a resposta do primeiro-ministro, não posso comentar”, justificou.
A sua visita à empresa Arsenal do Alfeite começou pela Sala do Risco, pavilhão onde eram desenhadas as peças dos navios em tamanho real, e terminou na Doca Seca.
Numa curta intervenção, o secretário de Estado da Defesa voltou a salientar a possibilidade de esta empresa naval “vir a fazer a reparação, a modernização, a manutenção de submarinos para outras marinhas”, referindo que “um conjunto de operários e de pessoal do Alfeite já está em formação na Alemanha”.
“É sobretudo um salto tecnológico de enorme dimensão que o Arsenal pode dar. Esse salto já está em curso”, acrescentou, considerando que esta “é uma oportunidade como provavelmente o Arsenal não terá encontrado nas últimas décadas da sua existência”.
Em nome do Governo, Marcos Perestrello agradeceu “o apoio que o senhor Presidente da República vem aqui hoje expressar, neste momento decisivo para a vida do Arsenal do Alfeite”.
No seguimento destas palavras, o Presidente da República prestou “homenagem ao passado ao passado histórico” desta instituição e deixou “uma mensagem simbólica” sobre o seu futuro.
“Não só o Arsenal não vai parar, como vai ter – disse o senhor secretário de Estado, e muito bem – um futuro, se possível, para além daquilo que muitos sonharam ou esperaram ou imaginaram durante os últimos anos “, declarou.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que noutras instituições o futuro “é bem mais complicado”, mas “aqui não”, porque “se está a pensar no futuro a sério” e “há uma missão, há uma estratégia” a prazo, com uma aposta na internacionalização e “investimentos significativos” em infra-estruturas.
“O Presidente da República veio aqui certificar que existe futuro”, concluiu.
Lusa