Penajoia é um aglomerado habitacional ilegal instalado em terrenos do IHRU que tem vindo a crescer nos últimos anos
Os moradores do Bairro do Matadouro, em Almada, pediram à câmara municipal que encontre uma solução para as diárias falhas de luz nas habitações e na iluminação pública, classificando a situação como insustentável.
O assunto foi levado esta terça-feira à reunião da Câmara Municipal de Almada, por moradores do bairro, tendo a presidente da autarquia, Inês de Medeiros, respondido que já enviou ofícios para a E-Redes por considerar inaceitável as respostas que a empresa tem dado aos moradores.
“Ontem estivemos sem luz desde a seis da tarde até à meia-noite e meia e hoje entre as 13 e as 15 horas”, disse Gonçalo Barros, adiantando que a situação já se arrasta há um ano e que se está a tornar insustentável.
Na sexta-feira, a empresa E-Redes assegurou numa resposta enviada à agência Lusa que está a realizar uma intervenção estrutural na rede elétrica no Bairro do Matadouro, que inclui a substituição e o enterramento da rede aérea existente, para criar um circuito independente.
“Esta obra vai eliminar a dependência da alimentação proveniente do circuito com sobrecargas e resolver de forma definitiva as interrupções. A sua conclusão está prevista para dezembro”, refere, acrescentando que continuará a monitorizar a situação até à conclusão da obra e a intervir sempre que necessário para minimizar os impactos.
A empresa adiantou que as interrupções registadas resultam de sobrecargas nos circuitos que abastecem esta zona, provocadas por ligações ilegais provenientes do Bairro da Penajoia, e que estas situações afetam a estabilidade da rede e exigem intervenções técnicas para restabelecer o serviço.
O Penajoia é um aglomerado habitacional ilegal instalado em terrenos do Instituto Nacional de Reabilitação Urbana (IHRU) que tem vindo a crescer nos últimos anos. A situação já levou a Câmara Municipal de Almada a enviar uma carta aberta ao Governo a apelar para uma resposta urgente.
Segundo o morador que hoje foi expor o assunto em reunião de câmara, as casas naquele bairro continuam a crescer de forma descontrolada e “continuam a roubar luz e água”.
“Aguardamos uma solução, não dá para aguardar mais”, disse.
Joaquim Mário da Cunha, da Associação de moradores do Bairro do Matadouro, alertou também na reunião de câmara que as falhas de eletricidade tem afetado toda a população, inclusive doentes apoiados por aparelhos médicos respiratórios e responsabilizou o Ministério da Habitação “por má gestão do Instituto de Reabilitação e Habitação Urbana”, a E-Redes por “destratar os consumidores” e a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) “que passivamente fechou os olhos e não atuou para obrigar a E-Redes a resolver as avarias e a dar informações atempadas aos consumidores”.
A Associação de Moradores do Bairro do Matadouro, adiantou Joaquim Mário da Cunha, manifesta à Câmara Municipal de Almada e à União das freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas disponibilidade para conjuntamente lutar contra os problemas e exigir que sejam apresentados relatórios do sucedido.
