Chama-se “Guerreiro” e foi erigido no Laranjeiro como memória à coragem e à resiliência dos que viveram ou morreram no conflito
Almada já tem uma obra do mestre João Cutileiro no espaço público do concelho. Trata-se de uma escultura, erigida na Praça Lopes Graça, no Laranjeiro, que presta homenagem aos combatentes almadenses na guerra colonial.
Inaugurada na manhã de sábado, 18 de Janeiro, o monumento com o nome “Guerreiro” simboliza “não só a homenagem a todos os ex-combatentes, mas também o compromisso da nossa terra com os valores da liberdade, da justiça e da paz”, disse a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, durante a cerimónia pública.
A autarca sublinhou ainda a importância de inaugurar este monumento durante o programa comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril. “Esta estátua, criada pelas mãos talentosas de João Cutileiro, um dos grandes mestres da escultura portuguesa, é mais do que uma obra de arte. É um monumento à memória, à coragem e à resiliência de todos aqueles que viveram o conflito, não por livre vontade, mas forçados por um regime opressor e que muitas vezes carregaram para sempre as marcas dos horrores dessa experiência”, disse ainda Inês de Medeiros.
Emocionado, o presidente da comissão executiva para a construção de um memorial aos combatentes em Almada, Amadeu Neves, agradeceu o reconhecimento do concelho de Almada à geração que combateu ao longo de 13 anos na guerra colonial.
“É magnifica esta obra do escultor João Cutileiro, concebida por ele, com o propósito de exorcizar a guerra e os horrores que lhe estão associados, eleita para simbolizar a homenagem aos 20 almadenses que perderam as suas vidas nas várias frentes de guerra. Guerra a que, há 50 anos, os heróis do 25 de Abril puseram termo com a força e a convicção de quem acreditava num mundo mais livre e justo”.
Construída em granito do Zimbabué, a escultura “Guerreiro”, que agora integra a colecção de Arte Pública do município de Almada, resulta da ampliação de uma peça datada dos anos 90, da colecção de Margarida Lagarto, viúva do escultor, que autorizou e acompanhou todo o processo.
Segundo o site oficial da autarquia, Inês de Medeiros expressou o desejo de que “esta estátua seja, para as gerações presentes e futuras, um lugar de reflexão e gratidão, que inspire todos os que por aqui passarem a lembrar que a liberdade é um bem precioso, conquistado com esforço e que, cada vez mais, deve ser continuamente valorizado e defendido”.