Depois da Lisnave, Paulo Raimundo visitou as oficinas da Base Naval e lembrou que o sector é estratégico para o País
O alerta foi lançado por Paulo Raimundo, na última sexta-feira, e visa a defesa de um sector que considera estratégico para o País. Para o secretário-geral do PCP é necessário investir na indústria naval e os estaleiros do Alfeite são disso exemplo.
“É preciso investimento para nova maquinaria e condições de trabalho para os trabalhadores, porque senão não há atractividade possível neste sector e nós bem precisamos dele”, disse Paulo Raimundo à agência Lusa, após uma visita realizada na última sexta-feira às oficinas do Arsenal do Alfeite, no Laranjeiro, Almada.
A mensagem foi passada pelo líder comunista na sequência do contacto directo com os trabalhadores, durante uma visita que permitiu perceber que ali há imensas possibilidades de aumentar o trabalho, dando um contributo decisivo ao País. Mas, para isso, é preciso investimento.
“Há projectos, há ideias, há condições, há trabalhadores altamente qualificados. O que é que falta? Falta investimento e falta investimento em mão de obra”, afirmou.
De acordo com o Paulo Raimundo, actualmente algumas secções já só têm uma pessoa para trabalhar, altamente especializada, mas sem ninguém para a substituir. E a leitura é fácil: o sector necessita de ter salários atractivos para fixar os trabalhadores. “Estamos a falar de operários altamente qualificados e perante salários que oferecem lá fora vão embora. Não estamos em condições de prescindir desta qualidade técnica e altamente especializada e que faz muito falta aqui”, frisou.
A deslocação ao estaleiro do Alfeite, que integra um périplo que o secretário-geral do PCP está a realizar a vários sectores de produção nacional, deu seguimento a uma visita realizada na véspera aos estaleiros das Lisnave, em Setúbal.
Na quinta-feira, para trás que ficava o aprofundamento “in loco” sobre a realidade da Lisnave, Paulo Raimundo salientava que esta é também uma empresa com “capacidade instalada para aumentar a produção e com trabalhadores altamente especializados”. Facto que garantiu ter sido igualmente reconhecido pela administração da empresa, embora entenda que o “discurso da empresa não corresponde à prática”.
“Face aos números – mais de 90% dos trabalhadores que aqui trabalham são de empresas contratadas e subcontratadas –, podemos dizer que essa preocupação não acompanha a realidade da prática”, concluiu o líder comunista.