Hélder Sousa Silva: “Venho para Almada para decidir e para mudar o que tem de mudar”

Hélder Sousa Silva: “Venho para Almada para decidir e para mudar o que tem de mudar”

Hélder Sousa Silva: “Venho para Almada para decidir e para mudar o que tem de mudar”

O candidato do PSD, Hélder Sousa Silva, à presidência da Câmara de Almada afirma estar confiante

O candidato do PSD à presidência da Câmara de Almada afirma que nunca perdeu uma eleição; confia que vai conquistar o município ao PS

O social-democrata Hélder Sousa Silva é deputado ao parlamento europeu desde 2024, é membro efectivo da Comissão dos Orçamentos, membro efectivo da Conferência dos Presidentes das Delegações, presidente da Delegação para as Relações da Europa com a República Federativa do Brasil e membro efectivo da Delegação para o Mercosul. É também membro suplente da Comissão da Cultura e Educação e membro suplente da Comissão da Segurança e Defesa.

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Antes de ingressar no Parlamento Europeu, foi presidente da Câmara Municipal de Mafra, vice-presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, vice-presidente do Conselho Directivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses, presidente da Comissão Distrital de Protecção Civil de Lisboa, membro do Comité das Regiões Europeu e presidente dos Autarcas Sociais-Democratas.

Foi deputado à Assembleia da República na XII Legislatura e Vereador da Câmara Municipal de Mafra.

Nascido em Mafra a 21 de Julho de 1965, Hélder Sousa Silva é doutorando em Estudos Estratégicos no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, pelo Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa, e pós-graduado em Segurança e Defesa. Licenciou-se em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, também pelo IST, e em Ciências Militares, ramo de transmissões, pela Academia Militar.

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Afirma que nunca vira a cara à luta e que Almada tem condições para o ser um dos melhores concelhos do País, “só precisa de um líder que saiba traduzir palavras em obras e serviços”, e considera-se um agente para essa mudança.

Sendo actualmente eurodeputado, eleito pelo PSD, o que o motiva para se candidatar nestas autárquicas à presidência da Câmara de Almada?

Acho positivo que um cidadão com experiência política europeia, nacional e autárquica, como é o meu caso, esteja disponível para o serviço público quando as circunstâncias o exigem. Foi e é o caso. Tanto as estruturas nacionais do PSD como o PSD de Almada fizeram-me este desafio e sinto que tenho condições para o aceitar e vencer. Não para mim próprio, mas para bem das populações de Almada. Sou um fazedor. Eu nunca viro a cara à luta, sobretudo quando sei que contam comigo e que eu posso fazer um bom trabalho e fazer a diferença. É como autarca que mais facilmente se consegue passar das ideias aos actos e, por tudo isto, estou muito motivado com este desafio.

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Ter sido presidente da Câmara de Mafra dá-lhe experiência para ser presidente da Câmara de Almada?

Penso que sim. Não tenho dúvida que a experiência de autarca em Mafra, como vereador e como presidente de câmara, e de vice-presidente da Área Metropolitana de Lisboa (AML), ambas durante 11 anos, com obra feita em prol dos cidadãos, são factores que me habilitam a dizer aos almadenses que se quiserem mudar o concelho de Almada, poderão contar comigo. Além disso, fui militar e engenheiro de formação, o que me dá um sentido prático ao meu exercício de liderança.

O legado deixado em Mafra, fala por mim. Nesta fase da minha vida, estou disponível para continuar o trabalho de rigor e de elevado profissionalismo que, com as minhas equipas, fizemos em Mafra.

Almada e Mafra, para além de serem dois municípios da AML, que distam cerca de 40 quilómetros um do outro, têm realidades socioecónomicas com bastantes semelhanças. A proximidade à capital, com movimentos pendulares diários, a falta de habitação, questões de segurança e de saúde por resolver e grande potencial turístico por explorar. A educação e o urbanismo, onde Mafra é exemplo nacional, também serão áreas onde se podem aproveitar sinergias. Em suma, não pretendo reinventar nenhuma roda, mas tão somente resolver os problemas aos almadenses, de modo que Almada seja um dos melhores municípios de Portugal para viver, trabalhar, investir e visitar. Almada tem condições naturais para o ser. Só precisa de um líder que saiba traduzir palavras em obras e serviços. Eu acho que posso ser esse agente de mudança.

Caso não seja eleito para ocupar a presidência da câmara, está disponível para um acordo pós-eleitoral de governança da autarquia com o partido vencedor?

O que eu vou dizer pode parecer muita confiança, mas é a pura verdade: eu nunca perdi uma eleição. Sou lutador, disciplinado, muito focado e habituado a ganhar. Na minha cabeça só há um objetivo: conseguir a confiança das pessoas nas minhas ideias e nas minhas equipas (câmara, assembleia municipal e juntas de freguesia) seremos uma só equipa. Não se pode pedir a alguém como eu que pense na derrota. Só penso em ganhar e vou ganhar! Mesmo assim, da minha experiência como autarca, sempre com maiorias absolutas, nunca deixei de ouvir as pessoas e de ouvir os representantes da oposição. No entanto, depois de os ouvir, decidia. Mais vale uma má decisão, que a ausência de decisão. Eu venho para Almada para decidir e para mudar o que tem de mudar. Contem sempre com isso.

Que leitura faz dos dois mandatos da presidente socialista da Câmara de Almada, Inês de Medeiros?

Eu olho para o passado para aprender e para não cometer os mesmos erros no futuro. Não vou dizer uma palavra sobre os mandatos anteriores. Hoje e durante toda a campanha. Quem tem de fazer esse balanço são os eleitores, no dia da eleição. Se acharem que as coisas estão bem, a actual presidente deve continuar. Se acharem que não, devem escolher alternativas e eu serei a principal e mais bem posicionada alternativa. Já fiz a minha análise do que precisa de ser alterado, ajustado ou mantido. Tenho consideração e estima pessoal pela actual presidente, Inês de Medeiros. O que lhe digo é que farei no futuro diferente, nalguns casos muito diferente, assim os almadenses queiram mudar.

Qual a sua visão para o concelho de Almada nos próximos quatro anos?

A minha visão para Almada é clara: em oito anos transformar Almada num dos melhores municípios da AML e de Portugal para viver, trabalhar, investir e visitar.

Como já disse anteriormente, fui vice-presidente da AML e conheço bem os problemas deste município.

Quero pôr Almada no grupo da frente. Uma Almada inovadora, sustentável e ambiciosa. Para isso acontecer, o foco é pensar primeiro nas pessoas: nas que aqui vivem, estudam e trabalham, mas também nas que nos visitam e investem aqui.

Se fizermos isso, o caminho a seguir fica mais claro.

Quero, por isso, apostar numa mobilidade moderna e articulada, numa habitação acessível e digna, acabar de vez com os bairros de lata e revitalizar os espaços públicos, sobretudo os que estão abandonados. Quero o mesmo que os almadenses: um município que aposte nos jovens, mas que não esqueça os mais velhos. A minha experiência enquanto presidente da Câmara Municipal de Mafra conta muito e não tenho medo de replicar o que correu bem. Vou ter uma gestão municipal exigente, mas transparente, eficaz e próxima das pessoas, como já fiz no passado. Não é uma promessa: é uma garantia.

Com a minha equipa, teremos uma câmara que vai saber ouvir e envolver, verdadeiramente, a sociedade civil, as empresas, as associações, a academia e todos os almadenses. Vamos transformar Almada num concelho de referência, competitivo e inclusivo, onde cada cidadão possa sentir orgulho em viver e em dizer: “Eu vivo, eu estudo, eu trabalho ou eu invisto em Almada”.

O sector da habitação não só é crítico no País como em Almada. Que medidas pondera para acabar com bairros degradados no concelho?

Este sector exige uma resposta ambiciosa e estrutural. É urgente que Almada tenha uma estratégia multifacetada, inspirada nas melhores práticas europeias e mundiais, assente em quatro principais linhas orientadoras.

Em primeiro lugar, um plano de acção que executarei, em parceria com o Governo, para terminar de vez com as barracas em Almada.

Em segundo lugar, a reabilitação profunda dos bairros municipais com intervenções faseadas, começando pelos casos mais urgentes. Em paralelo, o espaço envolvente desses bairros é fundamental que seja cuidado para criar um ambiente seguro e equilibrado.

Em terceiro lugar, será criado um programa Almada Requalifica, que visa apoiar todos os proprietários privados, que possuam imóveis em estado de degradação, a requalificá-los com a ajuda do município. Aqui, refiro-me a moradias e a edifícios multifamiliares.

Em quarto lugar, é crucial construir, reforçando o parque habitacional público, garantindo, assim, resposta para as famílias que não conseguem ou não encontram soluções no mercado tradicional. Nestes vários vectores, o recurso a financiamento do Banco Europeu de Investimento, do Banco de Fomento e de fundos comunitários é essencial.

Adicionalmente, não podemos esquecer o papel que os privados podem ter, mas nesse campo é urgente desburocratizar e agilizar os processos de licenciamento. Um cidadão não pode ficar anos à espera que lhe passem um papel ou uma licença para poder construir a sua própria casa ou um prédio.

Comigo, Almada vai nivelar por cima, desenvolvendo um parque habitacional que não discrimina nem segrega, mas que integra e valoriza.

E quanto a garantir casas acessíveis para jovens e famílias de classe média?

A lei da oferta e da procura aplica-se muito ao mercado de habitação. Quando a procura por habitação é alta e a oferta é baixa (e é o caso) os preços aumentam. A solução só pode passar por construir e construir habitação que, por regulamento, será destinada a jovens e a famílias de classe média, quer para arrendamento até 10 anos quer para aquisição a custos controlados. Fiz uma experiência destas, em Mafra, para os jovens e correu muito bem. A chave reside em simplificar, agilizar e otimizar os processos de licenciamento.

Almada é um concelho com frentes ribeirinhas e atlânticas frágeis, como habitação ilegal na Fonte da Telha. Que medidas considera tomar para resolver este problema ambiental e social?

A situação da habitação ilegal na Fonte da Telha e, em especial, nos bairros da Penajóia ou do 2.º Torrão representa um dos maiores desafios ambientais e sociais do concelho.

Como autarca da AML tive a oportunidade para conhecer esses casos.

Sempre que for possível e ambientalmente sustentável, deve avançar-se com processos de reconversão urbanística e legalização, ao abrigo da legislação das Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI). No entanto, em zonas de elevado valor ecológico, como a duna primária da Fonte da Telha, a prioridade deve ser, naturalmente, o impedimento de novas construções.

Em relação à frente ribeirinha, é essencial respeitar os instrumentos de gestão territorial e envolver os donos dos terrenos privados e os especialistas em ecologia costeira para garantir que as soluções são sustentáveis a longo prazo, mas quero reforçar um aspeto: se concelhos como Lisboa, Cascais, Oeiras, Mafra e o Seixal conseguem ter uma zona ribeirinha ou atlântica digna de quem lá mora e de quem os visita, Almada também vai conseguir. Comigo não faltará nem vontade nem capacidade.

Que propostas tem para melhorar os transportes públicos no concelho?

Um município do século XXI tem de ter uma mobilidade fluida e sustentável.

Reconheço a importância estratégica da extensão do metro à Costa da Caparica e à Trafaria porque vai permitir ligações directas ao terminal fluvial.

No entanto, estou reticente quanto ao traçado, actualmente, em estudo. Considero fundamental que este projecto seja pensado de forma integrada, ouvindo os caparicanos e os comerciantes para garantir que o traçado escolhido responde, verdadeiramente, às necessidades das populações. Não podemos repetir o mesmo “filme” de 2008. Paralelamente, têm de ser acauteladas as questões referentes ao ruído, à fragmentação urbana e aos constrangimentos da circulação rodoviária e pedonal. A decisão final tem de resultar de uma participação pública efetiva.

O reforço da ligação fluvial entre Algés e Trafaria também é crucial, para aliviar o tráfego na Ponte 25 de Abril.

Vamos, igualmente, melhorar os serviços prestados pela Carris Metropolitana e pela Fertagus.

Defendo, também, a criação de uma verdadeira rede ciclável para incentivar a mobilidade ativa e reduzir a dependência do automóvel.

Está disposto a negociar com o Governo de Luís Montenegro para reforçar as ligações entre Almada e Lisboa?

Negociar e dialogar fazem parte da minha essência. Nem vejo as coisas de outra forma. Este Governo fez mais pelo distrito de Setúbal num ano, que o PS em oito anos. Quero e vou lutar sempre para que Almada tenha aquilo que merece, em especial no que diz respeito à mobilidade, habitação, segurança, atração de investimento, educação, saúde e turismo.

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