No próximo ano está previsto aumentar a equipa com mais um elemento para encurtar ainda mais a lista de espera
O Centro de Responsabilidade Integrada de Fertilidade (CRI Fertilidade) na ULS Almada-Seixal, criado há um ano, permitiu aumentar o número de primeiras consultas e de tratamentos e reduzir os tempos de espera de quem a sul sonha ter um filho.
Catorze anos depois do início de actividade do Centro de Infertilidade e Reprodução Medicamente Assistida (CIRMA) do Hospital Garcia de Orta, em Almada, este serviço foi transformado em 1 de Julho de 2024 em CRI, aumentando o quadro de pessoal.
O CRI Fertilidade da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal é o único centro público a sul do País autorizado a ministrar técnicas de procriação medicamente assistida e, segundo a directora do serviço, Íris Bravo, existe agora a intenção de aumentar a equipa, de forma a responder ainda melhor às necessidades.
“Quando criámos o CRI em Julho [de 2024] éramos três elementos e, após a criação, consegui integrar duas médicas com 40 horas que me permitiram aumentar o número de primeiras consultas”, explicou a médica Íris Bravo à agência Lusa, adiantando que existia um problema no acesso com listas de espera de mais de um ano para uma primeira consulta, período que agora foi encurtado.
Além disso, adiantou, o novo centro permitiu também aumentar o número de ciclos de fertilização in vitro.
“É uma mais-valia, porque havia senhoras que corriam o risco de não fazer o tratamento por atingirem a idade limite durante o tempo de espera, e neste momento, isso já não nos acontece”, salientou.
Até final de 2024, o CIRMA registou o nascimento de 1.600 crianças, fruto das técnicas realizadas.
Segundo dados da ULS Almada-Seixal, nos primeiros seis meses deste ano, o CRI Fertilidade registou 1.040 primeiras consultas de fertilidade, mais do dobro das primeiras consultas realizadas no primeiro semestre de 2024.
O aumento do acesso traduziu-se também numa diminuição do tempo de espera.
Quando o CRI Fertilidade arrancou registavam-se 420 dias de espera para a primeira consulta e em 30 de Junho deste ano a última referência por agendar datava do passado dia 28 de Fevereiro.
Por outro lado, de acordo com a ULS, o aumento no acesso verificou-se, ainda, ao nível dos tratamentos de procriação medicamente assistida, com destaque para os tratamentos de 2.ª linha (fecundação in vitro – FIV) e micro-injecção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI)), que duplicaram comparativamente com o período homólogo, passando de 128 tratamentos, no primeiro semestre de 2024, para 255 no primeiro semestre deste ano.
Já o tempo de espera para tratamentos de segunda linha baixou de 15 para seis meses.
Íris Bravo acrescentou que grande parte dos atendimentos são de pessoas da área de influência do hospital Garcia de Orta, mas também casais do resto da zona sul até ao Algarve, de onde tem cada vez mais procura.
No próximo ano, adiantou, está previsto aumentar a equipa com mais um elemento para encurtar ainda mais a lista de espera.
O CRI Fertilidade soma-se aos quatro CRI já existentes na ULSAS: de Dermatoveneorologia, Oftalmologia, Medicina Nuclear e Otorrinolaringologia.
A Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal (ULSAS) integra o Hospital Garcia de Orta e o Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal, no distrito de Setúbal, dando resposta a 350 mil habitantes.