Câmara de Almada aprova moção contra gestão privada do Hospital Garcia de Orta

Câmara de Almada aprova moção contra gestão privada do Hospital Garcia de Orta

Câmara de Almada aprova moção contra gestão privada do Hospital Garcia de Orta

Moção foi aprovada em reunião de câmara com os votos a favor dos vereadores do PS, CDU e Bloco de Esquerda e o voto contra do vereador do PSD

A Câmara Municipal de Almada aprovou esta segunda-feira uma moção a rejeitar a intenção do Governo de transferir a gestão do Hospital Garcia de Orta para uma Parceria Público Privada (PPP).

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A moção foi aprovada em reunião de câmara com os votos a favor dos vereadores do PS, CDU e Bloco de Esquerda e o voto contra do vereador do PSD.

Inicialmente o assunto estava plasmado num voto de protesto, apresentado pelo Bloco de Esquerda, e numa moção apresentada pelo executivo socialista liderado por Inês de Medeiros, tendo os dois partidos decidido juntar os dois textos numa posição conjunta.

“Julgo que o objectivo do nosso voto de protesto será o objectivo da moção do Partido Socialista que será mostrar a rejeição enquanto autarcas ao anúncio feito pelo Governo em gestão de decidir passar para PPP um conjunto de hospitais e centros de saúde, estando incluído na lista o Hospital Garcia de Orta (HGO) disse a vereadora do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua.

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A vereadora considera “inaceitável” a decisão, entendendo que os problemas do Hospital Garcia de Orta, em Almada, resolvem-se com contratação de médicos, qualificação das instalações e investimento e não “por artes mágicas pagando a um privado para o gerir”.

“Sabemos que esta região é apetecível, é muito populosa. O negócio da saúde é um negócio forte com muitos apetites mas parece-me que o nosso papel é defender a força do Serviço Nacional de Saúde e que possamos salvar o SNS no nosso território”, disse.

O Governo anunciou em 7 de Março o lançamento do processo de atribuição de parcerias público-privadas para cinco hospitais, entre os quais o Hospital Garcia de Orta, em Almada.

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O Hospital Garcia de Orta pertence à Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS).

Na apresentação da moção a presidente da autarquia, Inês de Medeiros, defendeu que o Hospital Garcia de Orta não pode ser visto como um hospital qualquer, mas sim como um grande hospital central que serve uma população alargada não só dos concelhos de Almada e Seixal como também de todo o Alentejo e Algarve,

“Nem Santa Maria nem o S. João do Porto nem nenhum dos grandes hospitais centrais foi uma PPP e o Garcia de Orta tem de ser olhado e tratado como sendo um grande hospital central que é.O que a nossa moção vem dizer é que achamos fundamental reconhecer a particularidade do HGO”, disse.

Inês de Medeiros adiantou que o HGO é um hospital com responsabilidades acrescidas relativamente a outros hospitais regionais, fazendo parte da rede de hospitais universitários.

“Não faz sentido englobar o HGO num diploma de privatização. Não concordamos com o modelo mas no HGO ainda menos”, frisou a presidente da Câmara Municipal de Almada.

Também a CDU se manifesta “totalmente contra a decisão do Governo de privatizar a gestão de cinco hospitais, onde se inclui o Garcia de Orta  e as  respetivas unidades de cuidados primários”

“Manifestamos a nossa enorme preocupação porque esta não é a solução para os problemas do SNS. Os cuidados de saúde ficam sujeitos aos objetivos de lucro dos grupos privados que venham a deter a sua gestão, acentuando a desvalorização das políticas de promoção de saúde e de prevenção da doença, condicionando a sua autonomia”, disse a vereadora da CDU Mara Martins.

Para o vereador do PSD, Nuno Matias, que votou contra a moção, o importante é que haja uma saúde que sirva as pessoas.

“Se há algum sector com relatórios detalhados sobre as parcerias público privadas é na saúde onde foram feitas soluções que reforçaram indicadores de gestão, reforçaram resultados e a capacidade de prestação de serviços aos utentes” disse adiantando que o PSD não pode acompanhar a moção.

Na moção esta segunda-feira aprovada é ainda defendido o reforço quantitativa e qualitativamente em Recursos Humanos e materiais do  HGO, de modo a garantir a melhoria continua de todas as condições necessárias para o seu funcionamento enquanto grande hospital central a sul do Tejo.

É ainda manifestada uma apreciação positiva sobre o modelo de gestão das Unidades Locais de Saúde, uma necessidade de reforço da valorização dos profissionais de saúde na revisão de carreiras e condições salariais e defendida a criação de uma rede de atendimento permanente, para reduzir o recurso às urgências hospitalares nas unidades locais de saúde.

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