Ricardo Margal: O aluno cheio de ideias que “representa” o ensino básico da região

Ricardo Margal: O aluno cheio de ideias que “representa” o ensino básico da região

Ricardo Margal: O aluno cheio de ideias que “representa” o ensino básico da região

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O seu dinamismo levou a Escola Básica D. Manuel I, de Alcochete à Assembleia da República

 

Em Junho, Ricardo Margal, ainda no 9.º ano da escolaridade, esteve na Assembleia da República conjuntamente com vários outros alunos do Distrito de Setúbal e do País, na sessão Nacional do Parlamento dos Jovens para debaterem e apresentarem ideias sobre o ensino e também propostas para denunciar e consciencializar as pessoas sobre o perigo das Fake News que, em crescendo, proliferam nas redes sociais.

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“É preciso saber distinguir entre o que é falso e o que é verdade”, diz. “É perigoso se as pessoas forem manipuladas”, comenta e aponta que, actualmente, “nem é preciso um computador; basta um telemóvel para se ter acesso a um [mundo] de informação que não é mesmo informação, mas coisas inventadas”.

Interessado por questões sociais, Ricardo, com 15 anos, que tem participado em debates, fala na necessidade de existirem ferramentas que “ajudem as pessoas a perceber o que é mesmo verdade”, por isso, viu uma oportunidade quando o tema deste ano da edição 2021/2022 do Parlamento dos Jovens, uma iniciativa que tem sido promovida pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), era precisamente encontrar estratégias para combater a desinformação, em boa parte nas redes sociais.

Em representação da Escola Básica 2,3 D. Manuel I, de Alcochete, acabou por ser um dos alunos deste nível de ensino escolhido para apresentar propostas aos deputados da Nação, apesar de nem tudo ter corrido como desejava, mas o importante “foi o desafio de fazer um projecto e definir propostas”, afirma.

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Quando falou com O SETUBALENSE, Ricardo Margal era ainda aluno do 9.º G, uma turma que os professores “consideravam ser muito criativa nas apresentações de trabalhos”, comenta. “Uma boa razão para aceitar o desafio de estar no Parlamento dos Jovens”, o problema é que a decisão de participar ‘caiu’ muito em cima do fim do prazo de candidatura.

“As inscrições estavam mesmo a terminar quando, na aula de Cidadania, surgiu, por conversa, a possibilidade de se criar um projecto. Eu tinha muita vontade de participar, e como a minha turma era muito capacitada nestes temas, decidimos avançar”.

Com as candidaturas a funcionarem por turmas, e muitas delas já com um “avanço de três meses de preparação de projectos”, o grupo onde Ricardo Margal estava integrado teve de lutar contra o tempo.

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Gosta de jogar futebol, apesar de “não ser grande coisa a jogar”, mas teve de pôr a bola de lado e, com os colegas, “passar muitas tardes e noite, por altura do Natal” para preparar o projecto até Janeiro. A seguir, a luta foi a semana da campanha para conquistar votos para as ideias do projecto. “Correu muito bem, fomos elogiados pelo que apresentámos”, e quando chegou a eleição do melhor projecto, aquele onde estava Ricardo Margal saiu vencedor.

As fases seguintes passaram por sessões distritais e regionais, participou na reunião distrital do Parlamento dos Jovens, que este ano decorreu na Câmara do Seixal, e dias depois estava entre alunos na sessão nacional na Assembleia da República a representar o Ensino Básico do Distrito de Setúbal, para apresentar ideias aos deputados.

“Cada projecto tinha de propor três medidas, as nossa eram criar um site com ferramentas para denunciar as Fake News; definir multas para empresas ou pessoas singulares que criem notícias falsas e criar campanhas de sensibilização em escolas, lares e também reforçar o tema das Fake News na disciplina de Cidadania. “Tivemos de estudar muitos para que as ideias que propusemos fossem possíveis de aplicar”.

O que correu menos bem é que o projecto de recomendação da escola, que depois passou para o Distrito de Setúbal, na sessão nacional da Assembleia da República, a 10 de Junho, acabou por não ter a visibilidade que Ricardo Margal queria. Discursou na Assembleia da República, mas o seu grupo não foi escolhido para fazer a pergunta aos deputados: “Era sobre a falta de professores, mas outra comissão fez pergunta idêntica”, e também as medidas do projecto que representou não entraram no projecto de recomendação entregue aos deputados.

Nada de lamentos. “Para o próximo ano lectivo, no 10.º ano, quero voltar a participar no Parlamento dos Jovens”, afirma já. Também decidida está a opção pela área de línguas e humanidades. Aliás, é essa a via que lhe foi indicada pelos testes do programa de vertente profissional.

“Gosto de falar com as pessoas e de escrever”, diz Ricardo, quanto a disciplinas, a preferida é a de Português. “Não gosto muito de Ciências ou Físico-Química, nem me vejo a fazer nada relacionado com isso”. Quanto a Matemática, admite que até gosta, mas também lhe diz pouco, e na área de Artes; “sou um zero à esquerda”, confessa. O caminho é mesmo pela via das Humanidades, embora ainda não se tenha focado em qual curso seguir no ensino Superior. “Espero que o 10.º ano me abra horizontes, para depois decidir”.

Quanto a novos projectos, por agora nada tem definido; “jogar futebol e estar com os amigos, porque durante o tempo de aulas tenho pouco tempo”.

 

Ricardo Margal à queima-roupa

Idade 15 anos

Naturalidade Alcochete

Residência Alcochete

Área Educação

Com pouca inclinação para as ciências exactas e sem vocação para as artes, o caminho que já definiu é o das Humanidades

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