Líder do PS pede que a ANA Aeroportos “se despache” e deixa claro que a solução no Montijo é “um barco que já partiu”
É preciso que a ANA Aeroportos “se despache” e que sejam reduzidos de “forma significativa” os prazos da construção do novo aeroporto de Lisboa. Esta é a posição que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu durante um almoço, em Lisboa, com a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), onde deixou claro que a solução no Montijo é “um barco que já partiu”.
No entender do candidato socialista às eleições legislativas, embora a decisão já tenha sido tomada, ainda “há muito trabalho a fazer com a ANA”, nomeadamente para garantir que a empresa “não explora os prazos todos contratuais até ao limite”. Pedro Nuno Santos pretende que seja possível antecipar, de “forma significativa”, os prazos que estão salvaguardados nos contractos.
Na campanha oficial para as legislativas, o líder socialista falou sobre a questão do novo aeroporto de Lisboa e da TAP, depois do presidente desta confederação, Francisco Calheiros, ter classificado estes temas como fundamentais para o País.
O líder socialista realçou que existe a necessidade de garantir que a empresa que tem a concessão dos aeroportos “se despache”, destacando que há um “trabalho que se tem de fazer, como é evidente”.
O Governo tinha estimado que o Aeroporto Luís de Camões entrasse em funcionamento em 2034, mostrando-se menos optimista do que a Comissão Técnica Independente (CTI), que apontava a conclusão da primeira pista para 2030 e um custo total da obra de 6.105 milhões de euros.
Presente neste almoço, Francisco Calheiros recordou a solução para o aeroporto defendida em 2022 por Pedro Nuno Santos, então ministro das Infraestruturas. “Devo-lhe dizer que mantenho exactamente a opinião que partilhamos quando era ministro das Infraestruturas, eu acho que a sua decisão é correcta, ou seja, avançamos já para o Montijo e definimos desde já que quando o Montijo não der mais, será Alcochete, essa continua a ser a nossa opinião, que é a sua”, afirmou o responsável pela CTP.
Em resposta, Pedro Nuno Santos referiu que a solução recordada por Francisco Calheiros “não é recuperável, já foi ultrapassada”. “Aquilo que sei é que neste ano, se tudo tivesse corrido de acordo com os prazos, estávamos a receber mais aviões e mais passageiros. Se a decisão tivesse sido concretizada na altura e, depois, com tempo e com outra segurança, nós faríamos a preparação para uma infraestrutura de maior dimensão que substituísse as outras duas”, sublinhou, deixando claro que esta solução é “um barco que já partiu”.
Francisco Calheiros lembrou que se passou mais um ano depois da apresentação do projecto do novo aeroporto de Lisboa e “nada evoluiu”. O responsável da CTP defendeu ainda que a TAP “é extremamente importante para o turismo”, nomeadamente para toda a parte da região de Lisboa e Centro e Alentejo e ligações às ilhas” e quis saber a posição do PS sobre a privatização da TAP, que salientou que esta é a “mesma desde há muito tempo”, nomeadamente de que o Estado “deve ter a maioria do capital da TAP” e abrir “o capital a investimento estrangeiros, nomeadamente de outros grupos da indústria”.
“Hoje é sabido que os três principais grupos de aviação europeus estão disponíveis para entrar no capital da TAP sem ter controlo da companhia, eu acho que essa é a melhor opção”, defendeu. Com LUSA