Veículo da corporação ardeu na passada segunda-feira, no combate às chamas em Vila Real
Um movimento de cidadãos criou nas redes sociais uma campanha para ajudar os Bombeiros Voluntários de Alcochete na compra de uma nova viatura, depois de o veículo da corporação ter ardido no combate às chamas em Vila Real.
Na segunda-feira, uma viatura de combate a incêndios florestais dos Bombeiros Voluntários de Alcochete ardeu, sem causar feridos, no incêndio que começou sábado em Sirarelhos, Vila Real.
A equipa de cinco elementos proveniente de Alcochete, no distrito de Setúbal, estava a combater o fogo, não tendo conseguido retirar o veículo florestal de combate a incêndios, que foi apanhado pelas chamas.
Horas depois da ocorrência, vários cidadãos apelaram nas redes sociais para que fosse criado um movimento de ajuda aos bombeiros, angariando verbas para a compra de uma nova viatura.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Alcochete, José Folgado, explicou que, na sequência do movimento criado, decidiu partilhar número da conta da corporação para evitar fraudes associadas.
Intitulada “Movimento viatura nova”, a campanha indica o número da conta dos Bombeiros Voluntários de Alcochete (PT50.0036.0289.99100004455.80), apelando à ajuda “nem que seja com um euro”.
Esta situação surgiu precisamente quando os bombeiros estavam a pensar lançar uma campanha para a compra de uma segunda viatura, uma vez que a que agora ardeu era a única que a corporação tinha de combate a incêndios florestais.
“Ainda há pouco tempo fizemos uma grande despesa na remodelação desta viatura que estava ao nosso serviço há 25 anos”, disse o responsável, adiantando ser prematura antecipar como vai ser gerido o processo de substituição do veículo.
De qualquer forma, defendeu, a responsabilidade deveria ser do Estado.
Entretanto, aproveitando as festas do Barrete Verde e das Salinas, que começam na sexta-feira em Alcochete, os bombeiros vão também lançar uma campanha de rifas, que serão vendidas pelos escoteiros locais.
“Aproveitamos esta boa vontade para antecipar a campanha de compra de outro carro […], também junto do comércio local e de empresários. Quanto ao outro veículo, julgo que a responsabilidade da sua substituição deve ser do Estado português”, disse.
José Folgado adiantou ainda que tem recebido mensagens de solidariedade de outros corpos de bombeiros, destacando os Bombeiros Voluntários de Samora Correia, concelho vizinho, que se prontificaram a emprestar uma viatura com características semelhantes à que ardeu, pelo tempo que fosse necessário.
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Alcochete tem atualmente 65 voluntários e 40 funcionários entre administrativos e bombeiros.
Questionado pela Lusa o presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto, também defendeu que o Estado deve ter uma palavra a dizer relativamente à substituição da viatura, “uma vez que a ocorrência deu-se quando os bombeiros prestavam um serviço ao país”.
Fernando Pinto recordou ainda que a autarquia sempre ajudou os bombeiros, tendo oferecido uma ambulância e um carro de combate a incêndios urbanos.
“Todo o investimento que tenho feito nos bombeiros, faço-o porque merecem. Ao investir neles, estou a investir na segurança da nossa população, é o que tenho feito e espero continuar a fazer”, salientou, assegurado que, se o Estado nada fizer relativamente à viatura ardida, o município “cá estará para dar mais uma vez resposta”.