Câmara de Alcochete exige revisão do decreto que afasta municípios das decisões portuárias

Câmara de Alcochete exige revisão do decreto que afasta municípios das decisões portuárias

Câmara de Alcochete exige revisão do decreto que afasta municípios das decisões portuárias

Município defende que medida representa um “retrocesso democrático” e contraria o princípio constitucional da autonomia local

A Câmara Municipal de Alcochete manifestou o repúdio pelo Decreto-Lei n.º 119/2025, publicado a 13 de novembro, que reorganiza a estrutura das Administrações Portuárias e restringe a intervenção dos municípios nos processos de decisão. No entender da autarquia, a medida representa um “retrocesso democrático”, uma vez que limita a participação das autarquias a instâncias consultivas e elimina a intervenção da Área Metropolitana de Lisboa (AML) na designação de administradores portuários. O município alerta que tal abordagem contraria a evolução das políticas públicas e o princípio constitucional da autonomia local.

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Numa moção apresentada em reunião pública esta quarta-feira, o executivo socialista sublinha que a articulação entre cidades e portos deixou de ser apenas técnica e passou a ser um “elemento central” de política pública, envolvendo interesses ambientais, urbanísticos, económicos, sociais e a qualidade de vida das populações.

No entender da autarquia, a experiência nacional e internacional demonstra que a participação dos municípios “melhora a eficiência, potencia a coordenação estratégica e reduz conflitos de planeamento”. Pelo contrário, o afastamento das autarquias gera “opacidade, reduz legitimidade democrática e impede que as necessidades reais das comunidades sejam integradas nos investimentos portuários”.

Nesta moção, que foi aprovada por unanimidade, a edilidade considera que a revogação da participação da Área Metropolitana de Lisboa na designação de administradores constitui um “empobrecimento da governação portuária”, retirando “capacidade de intervenção à escala que melhor compreende as dinâmicas de mobilidade, ordenamento do território e desenvolvimento regional”.

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Tendo em conta estas alterações, a Câmara Municipal de Alcochete decidiu “repudiar as alterações” introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 119/2025 que afastam os municípios da governação portuária, solicitar ao Governo da República a revisão do diploma, devolvendo às autarquias a possibilidade de designar representantes com poder deliberativo, e defender que a governação portuária seja “reorganizada com base nos princípios da subsidiariedade, participação democrática, autonomia local e articulação porto-cidade”, garantindo que as comunidades ribeirinhas “tenham voz e voto” nas decisões que as afetam diretamente.

A autarquia conclui que apenas um modelo de governação partilhada entre Estado, municípios e administrações portuárias assegura que os investimentos portuários estejam alinhados com o desenvolvimento regional e a qualidade de vida das populações, protegendo simultaneamente os interesses das comunidades locais.

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