Novo executivo pretende contactar com a população de todas as freguesias, através de presidências abertas, “levando para o terreno os funcionários”
A presidente eleita da Câmara de Alcácer do Sal, Clarisse Campos (PS), que retirou a CDU da liderança deste município, assumiu esta quinta-feira que quer governar para todos e ‘atacar’ problemas como a habitação e mobilidade.
“Eu serei a presidente de todas as pessoas. Nunca podemos cair no risco de querer penalizar uma freguesia ou pessoas que não votaram em nós e essa não será a forma com que irei trabalhar à frente do executivo” camarário, afirmou à agência Lusa.
Clarisse Campos, que concorreu pela terceira vez a este município do distrito de Setúbal, gerido há 12 anos pela CDU, garantiu uma diferença de quase mil votos face à CDU, segunda força política mais votada, e venceu em cinco das seis freguesias do concelho.
“Politicamente, [esta vitória] significa que as pessoas estão atentas para fazerem as suas escolhas e é muito importante que cada pessoa tenha a noção do poder do voto de decidir quem quer para governar os destinos do concelho e decidir em liberdade”, sublinhou.
Uma das prioridades da presidente eleita, “nos primeiros dias”, após a tomada de posse, será a de “contactar todos os trabalhadores” do município “receosos com as mudanças” e, logo depois, “atacar os vários problemas” que subsistem neste concelho do litoral alentejano.
O problema da habitação é um deles, apontou Clarisse Campos, acrescentando que vai solicitar aos serviços camarários “um levantamento de toda a situação em relação aos terrenos municipais”.
“E, depois, analisar aquelas que serão as melhores medidas para, de uma forma rápida, resolver” as respostas habitacionais à população, sustentou.
A socialista, que abdicou do lugar de deputada na Assembleia da República para concorrer à câmara, liderada pelo comunista Vítor Proença, que não se pôde recandidatar devido à limitação de mandatos, disse querer resolver “com urgência” os problemas da mobilidade neste território.
“Temos [de dar] apoio à população mais idosa e levar os serviços de ação social da câmara municipal” para o terreno, com o objetivo de “trabalhar com estas pessoas”, porque “a situação é muito mais grave do que aquilo que imaginava”, referiu.
O novo executivo, acrescentou, pretende contactar com a população de todas as freguesias, através de presidências abertas, “levando para o terreno os funcionários”, percebendo as dificuldades dos habitantes e procurando “as soluções que vão ao encontro dessas dificuldades”.
Nas eleições autárquicas de domingo, segundo os dados do Ministério da Administração Interna (MAI), o PS obteve 50,64% dos votos e alcançou a vitória, com três mandatos.
Seguiram-se a CDU, com uma votação de 35,67% e a eleição de dois vereadores.
Dos 9826 inscritos neste concelho, votaram 6216 eleitores (63,26%). Os votos brancos foram 1,71% e os nulos 1,34%, de acordo com os resultados do MAI.