Mário Paracana: “Alcácer do Sal é um concelho que precisa de inverter o ciclo de declínio económico e demográfico”

Mário Paracana: “Alcácer do Sal é um concelho que precisa de inverter o ciclo de declínio económico e demográfico”

Mário Paracana: “Alcácer do Sal é um concelho que precisa de inverter o ciclo de declínio económico e demográfico”

Cabeça-de-lista assume a vontade de revitalizar o concelho. Destaca como prioridades a habitação, a segurança e o emprego para “devolver a centralidade” ao concelho e dar perspectivas de futuro aos jovens

Mário Paracana, 38 anos, é o candidato do Chega à presidência da Câmara Municipal de Alcácer do Sal. Esta é a segunda vez que o partido liderado por André Ventura vai a votos neste concelho do Litoral Alentejano.

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É presidente da Comissão Política Concelhia do Chega de Alcácer do Sal e formado em Sociologia e Direito.

Em entrevista a O SETUBALENSE o candidato destaca as potencialidades do concelho banhado pelo Rio Sado e reflecte a necessidade de investimento na segurança, na habitação e na economia local.

Faz críticas, não só à actual gestão do município – pela CDU bem como à candidatura apresentada pelo PS, e aponta dedos às duas forças políticas pela estagnação do concelho a nível populacional e económico.

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Em nome do partido, que nas eleições autárquicas de 2021 obteve 147 votos, assume a intenção de criar habitação a preços acessíveis, incentivar a natalidade e criar emprego.

Por que razão se candidata à presidência da Câmara de Alcácer do Sal?

Candidato-me à presidência da Câmara de Alcácer do Sal porque este concelho merece muito mais do que tem recebido e porque acredito profundamente no potencial e na capacidade dos seus cidadãos para construirmos um futuro melhor, com mais oportunidades e justiça.

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Durante demasiado tempo, Alcácer tem assistido ao afastamento progressivo de serviços, ao declínio da actividade económica local e à perda de população jovem. É tempo de inverter esse ciclo.

Como candidato do Partido Chega, trago comigo a convicção de que é possível — e necessário — fazer diferente, o dever de defender os portugueses e a coragem de enfrentar um sistema que tem falhado com a nossa população.

Quando vemos os nossos jovens e famílias a sair do concelho para procurarem melhores condições noutros lados, é sinal de que algo está profundamente errado. A minha candidatura nasce para inverter isso — com voz firme, sem medo de enfrentar os interesses instalados com a missão de devolver qualidade de vida, segurança, justiça e oportunidades reais para os seus habitantes.

Alcácer precisa de quem fale por si — e é isso que venho fazer. Devolver a Alcácer do Sal a centralidade, a dignidade e a esperança de futuro que esta terra merece.

Se for eleito quais são as principais propostas que quer que se concretizem no concelho?

Se for eleito presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, as minhas prioridades são claras: atrair jovens e famílias para o concelho, dinamizar a economia local com incentivos ao empreendedorismo e atrair empresas que criem emprego. Quero também reforçar os serviços de saúde, melhorar os transportes entre freguesias e restabelecer o acesso de comboio entre Alcácer do Sal a cidades como Grândola, Setúbal e Lisboa. A nossa missão é combater o abandono do concelho com medidas eficazes e próximas das pessoas. Alcácer precisa de acção, seriedade e um rumo firme — é isso que me proponho a oferecer.

Com a candidatura propõem-se a “revitalizar” e “promover a mobilidade e o sector económico” do concelho. De que formas?

Revitalizar Alcácer do Sal passa por devolver vida ao concelho e criar condições para que as pessoas aqui queiram viver, trabalhar e investir. Vamos criar uma Área de Localização Empresarial atractiva para novas empresas, reduzir burocracias para quem quer abrir negócio, e apoiar o comércio local.

No plano da mobilidade, vamos melhorar estradas entre freguesias, reforçar os transportes públicos e criar soluções para ligar melhor as zonas rurais ao centro da cidade. Alcácer não pode continuar isolado e parado no tempo.

Tal como referi anteriormente, Alcácer do Sal é um concelho que precisa de inverter o ciclo de declínio económico e demográfico.

Outra das intenções da vossa candidatura é fazer com que Alcácer do Sal não seja “apenas um ponto de passagem”. O que é que falta fazer para que o concelho seja atractivo?

Alcácer do Sal não pode continuar a ser só uma paragem entre Lisboa e o Algarve, quer para portugueses ou turistas de Verão. Temos história, paisagem, rio, campo, cultura e potencial turístico. O que nos falta é estratégia, investimento e vontade política.

Para sermos atractivos, precisamos de mais habitação a preços justos, incentivos à fixação de jovens e famílias, eventos culturais que tragam vida ao concelho e uma aposta séria no turismo histórico e de natureza. Alcácer tem tudo para crescer — falta é liderança com visão e coragem para agir.

Que críticas faz à actual gestão da câmara municipal em Alcácer do Sal?

A actual gestão da CDU, liderada por Vítor Proença, está há demasiado tempo à frente da câmara e o resultado está à vista: Alcácer do Sal continua a perder população, a estagnar economicamente e a falhar nas respostas básicas às necessidades dos cidadãos. Há uma clara falta de visão estratégica, e uma incapacidade gritante de renovar ou atrair investimento. O concelho está parado no tempo.

O PS, por sua vez, não passa de uma oposição conformada, muitas vezes cúmplice, sem propostas firmes e sem coragem para enfrentar os interesses instalados. A candidatura da Dra. Clarisse Campos representa mais do mesmo — promessas recicladas e ausência de acção concreta para os alcacerenses.

Os índices de demografia e natalidade em Alcácer do Sal têm diminuído. Que propostas têm para reverter esta tendência?

A perda de população em Alcácer do Sal é o reflexo directo de anos de má governação, falta de visão estratégica e ausência de políticas que fixem famílias, jovens e investimento. Para travar esta tendência, propomos medidas concretas: criar habitação a preços acessíveis para jovens casais, apoiar a natalidade com incentivos municipais ao nascimento e à educação, e dinamizar a economia local para criar emprego estável no concelho.

A desertificação não se combate com discursos bonitos nem com promessas vagas — combate-se com acção e trabalho. Queremos que Alcácer seja um concelho onde se vive com dignidade, onde vale a pena criar uma família e onde os nossos filhos tenham futuro. Só o Chega tem a coragem para fazer diferente.

Quais são as propostas que defende no que diz respeito à habitação no concelho?

O problema da habitação é grave e tem sido ignorado pela câmara actual. Há casas devolutas, jovens sem acesso à habitação e famílias a viver em condições indignas — e o executivo da CDU nada fez de estrutural para mudar isso.

O Chega propõe um programa municipal de reabilitação de casas devolutas, com incentivos à recuperação e arrendamento acessível, especialmente para jovens e famílias que queiram viver e trabalhar no concelho. Defendemos também a redução de taxas e burocracias para quem queira construir ou recuperar habitação própria.

O Estado e o município têm de estar ao lado de quem quer viver aqui — e não a dificultar. Alcácer só vai fixar pessoas se oferecer condições reais para viver com dignidade. O resto são promessas vazias e ineficazes.

E na criminalidade? O que é que ainda há por fazer?

A criminalidade, sobretudo os pequenos furtos, vandalismo e situações recorrentes de insegurança, têm vindo a aumentar em Alcácer do Sal. A presença das forças de segurança é insuficiente e a resposta da câmara tem sido tímida ou inexistente.

O Chega defende o reforço do efectivo da GNR no concelho, a instalação de mais videovigilância em zonas críticas e um plano municipal de segurança preventiva em articulação com as autoridades.

Mas a segurança não se faz só com patrulhas — faz-se também com sinalização, iluminação pública, limpeza urbana e presença institucional. Alcácer precisa de voltar a ser uma terra onde as pessoas se sentem seguras em qualquer rua e a qualquer hora.

Só o Chega tem mostrado estar realmente preocupado com esta realidade. Um exemplo claro disso foi a manifestação que organizámos em Fevereiro na vila do Torrão, contra o fecho do posto da GNR — enquanto outros partidos se mantiveram em silêncio, nós estivemos na rua, ao lado da população. Essa é a diferença: nós não prometemos — agimos.

A reactivação da estação de comboios de Alcácer do Sal é para vocês uma preocupação?

Sim, a reactivação da estação de comboios de Alcácer do Sal é uma prioridade absoluta para o Chega. É inadmissível que um concelho com esta posição estratégica continue fora do mapa ferroviário nacional. Esta ausência de ligação penaliza os nossos trabalhadores, afasta turistas e trava o crescimento do comércio local e da economia em geral.

A verdade é que a CDU não tem força política para exigir essa reactivação, porque o governo não levou a CDU a sério. Por outro lado, o PS, que tem estado no Governo nos últimos anos, nada fez, apesar de ter aqui uma vereadora, a Dra. Clarisse Campos, que é também deputada na Assembleia da República. Onde esteve esse poder político? Por que não usou a sua influência para defender Alcácer?

Começaram, no início de Abril, a fazer contactos de rua com a população. Como é que têm sido as reacções dos munícipes durante as vossas acções?

As reacções têm sido extremamente positivas e encorajadoras. As pessoas sentem-se abandonadas pela actual gestão e desiludidas com os partidos do costume. Nas ruas, nos cafés e nas freguesias, ouvimos sempre o mesmo: falta acção, falta coragem, falta quem diga as verdades.

A nossa presença no terreno, cara a cara com os munícipes, mostra exactamente o que nos diferencia — nós não estamos escondidos nos gabinetes, estamos onde o povo está. As pessoas agradecem por finalmente sentirem que há alguém a ouvi-las e a defender aquilo que realmente importa.

Esta proximidade tem reforçado a convicção de que Alcácer está pronto para mudar — e essa mudança passa pelo Chega. Por tudo isto, gostaria de terminar esta entrevista com uma simples mensagem final: os alcacerenses já viram o que CDU e PS fizeram — e o que não fizeram. Está na hora de dar uma oportunidade a quem tem coragem, a quem não tem medo de enfrentar o sistema, e a quem põe os interesses da população à frente dos jogos partidários.

Tal como o nosso presidente André Ventura tem dito por todo o país, peço-vos: dêem-nos uma oportunidade. Uma só. E verão que o Chega não veio para prometer — veio para fazer e trabalhar a sério. Alcácer do Sal pode ser muito mais — e juntos, vamos pôr este concelho finalmente a andar para a frente.

Com o Chega Alcácer não é, nem será, apenas um ponto de passagem.

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