Continental Palmela: “Queremos ser cada vez mais competitivos”

Continental Palmela: “Queremos ser cada vez mais competitivos”

Continental Palmela: “Queremos ser cada vez mais competitivos”

Em 2018 unidade de Palmela, localizada no Parque Industrial das Carrascas, facturou próximo dos 140 milhões de euros e produziu cerca de 4,8 milhões de travões. É este o cartão de visita  de uma das maiores empresas exportadoras da Península de Setúbal que tem nos seus quadros cerca de meio milhar de trabalhadores

 

 

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A Continental  Palmela pertence ao Grupo Continental AG, estando inserida na Unidade de Negócios Hidraulic Brake Systems (Sistemas de Travagem Hidráulicos). Desde 1994 que produz maxilas de travão na ordem das 5 milhões de unidades/ano. 2019 fica indelevelmente marcado pelo 25º aniversário, acabado de celebrar, do arranque deste projecto em Palmela. O SETUBALENSE – DIARIO DA REGIÃO falou com o director-geral da Continental. Pedro Gaivéo, que assumiu o cargo em janeiro deste ano, fez-nos o balanço destas mais de duas décadas de trabalho e desvendou as principais expetactivas para o curto e médio-prazo.

 

Que principais marcos destaca ao longo destes 25 anos da fábrica de Palmela?

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A fábrica nasceu da necessidade de existir uma unidade para dar suporte ao construtor automóvel localizado em Palmela. Em 1998 a Continental AG adquiriu o negócio com perspectivas de crescimento essencialmente para clientes localizados no mercado europeu. Ao longo destes 25 anos conseguimos obter as mais variadas distinções de Performance e Qualidade por parte dos principais construtores mundiais. Em 2002 tivemos a primeira grande expansão da infraestrutura existente que representou um aumento da capacidade instalada, aumento do portefólio de clientes e consequentemente o número de colaboradores. Em 2014 atingimos a impressionante marca de 50 milhões de travões produzidos pela Continental em Portugal. Como curiosidade, desde o início de produção cerca de 72 milhões de travões foram produzidos, ou seja, 36 milhões de veículos ligeiros receberam o nosso produto por esse mundo fora.

 

 

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A Continental emprega cerca de 500 trabalhadores. Muitas vezes já foi elogiada a importância que têm tido no sucesso da empresa. Quais as outras mais-valias da empresa em comparação com a concorrência?

Sem dúvida que o talento e competência profissional de todos os colaboradores em Palmela são o principal factor crítico de sucesso. A nossa concorrência está espalhada por toda a Europa onde não podemos ignorar a competitividade dos países especialmente localizados no leste.

A proximidade geográfica com vários clientes (construtores automóveis) localizados na Península Ibérica e França é importante em termos logísticos e operacionais (lead-time reduzido) e, acima de tudo a qualidade e performance dos produtos Continental garante uma boa posição no mercado.

O nosso produto incorpora uma vertente muito acentuada de ferro fundido onde os principais fornecedores na Europa se localizam em Portugal e Espanha e, por este motivo a cadeia de abastecimento apresenta alguns pontos fortes em relação a outras unidades concorrentes.

As condições que o nosso país oferece em termos de infraestruturas, ambiente social, estabilidade política e macroeconómica têm permitido uma situação singular face a concorrentes localizados em outros países europeus.

O desenvolvimento de parcerias e ligações, quer com entidades públicas ou privadas, é realizado em ambiente favorável e potenciador de sucesso empresarial no nosso país.

 

O ano de 2019, que agora caminha para o seu final, como pode ser analisado do ponto de vista do seu principal responsável; na produção e números de facturação se compararmos com 2018?

Em 2018 a Continental Palmela facturou próximo dos 140 milhões de euros e produziu cerca de 4,8 milhões de travões. Em 2019 a estimativa actual é de uma redução em cerca de 6%. O principal responsável é sem dúvida o abrandamento e decréscimo do mercado automóvel a nível mundial.

 

 

 

 

Como está a Continental a conviver com as incertezas que dominam nesta fase a indústria automóvel?

Não apenas a Continental mas a generalidade do sector automóvel passa por uma fase de transformação em termos de conceito de mobilidade. A incerteza neste momento obriga as empresas a serem cada vez mais ágeis e flexíveis. A direcção do grupo já anunciou medidas no âmbito do necessário ajustamento das unidades produtivas ao volume de mercado actual e foco nos novos conceitos de electificação, condução autónoma e serviços.

A abordagem estratégica da empresa anunciada ao mercado dá confiança a todos os colaboradores.

 

 

 

No planeamento para 2020 pode adiantar quais as principais metas a que se propõe a Continental atingir?

O nosso principal objectivo para 2020 é manter uma produção acima dos 4 milhões de travões e sermos cada vez mais competitivos no nosso mercado. Dentro da política definida pelo Grupo Continental iremos continuar a adaptar a empresa à realidade actual do sector automóvel.

Temos vários projectos em desenvolvimento no âmbito da indústria 4.0 além de outras acções programadas no sentido de impulsionar a nossa unidade para outras oportunidades de negócio.

 

Em termos físicos a fábrica expandiu-se, cresceu, ao longo dos anos. Já atingiu o seu limite ou ainda tem margem para crescer ou a capacidade de resposta instalada é suficiente para um aumento de procura se tal se verificar?

 

Neste momento temos uma capacidade instalada para produzir cerca de 5 milhões de travões por ano com possibilidade de expansão. Em 2017 e 2018 atingimos um volume de 4,7 e 4,8 milhões respectivamente. Em Palmela encontramos todas as condições para uma possível expansão do actual negócio, no entanto não prevemos actualmente uma fase de crescimento na indústria automóvel a nível mundial. Adicionalmente a Continental conta na Europa com mais 3 fábricas aptas a produzir travões de disco localizadas no País de Gales, Alemanha e Eslováquia portanto, a existir um aumento da procura a respectiva distribuição tem em conta a capacidade global da empresa e não apenas a nossa unidade.

 

Por Luís Pestana 

Fotos Mário Romão 

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