Uma viagem de 23 anos 

Uma viagem de 23 anos 

Uma viagem de 23 anos 

A eterna jovem que não quer parar de aprender e ensinar

“Trabalhava na área do turismo”, mas depois de ser mãe da sua filha mais velha, decidiu entrar para o mundo da educação e até hoje, por lá vagueia. As fronteiras nunca foram barreiras para a professora, depois de se formar por terras lusas foi à procura de outras oportunidades, formando-se também em França e nos Estados Unidos da América. Em 1987, chega à Escola Superior de Educação já com uma bagagem recheada de experiências. Antes de cá chegar passou por ATL’s, jardins de infância e pela Segurança Social apoiando diversas instituições enquanto educadora. Ana Bela Baptista é uma das fundadoras do primeiro curso de Educadores de Infância que a ESE acolheu e por cá ficou 23 anos. Mas depois “apareceu a Troika e eu quanto mais anos lá ficasse, menos ganhava, e isto foi um problema” e assim decidiu colocar um travão na viagem que fez durante mais de duas décadas pelos corredores pálidos e retilíneos, mas “o bichinho pela educação nunca mais me largou”. Durante estes anos que por cá passou, Ana Bela Baptista recorda o Instituto Politécnico de Setúbal como “sinal de alegria” e talvez por isso lhe tenha custado olhar para aquelas duas décadas e ter que fechar a porta, “sob pena de sair prejudicada a nível financeiro”. Temos de recuar uns anos para encontrarmos a primeira memória que a docente tem da ESE, recorda-se da ternura com a qual foi recebida na época pela professora Cristina Figueira e da surpresa pelo trabalho de excelência que estaria a ser desenvolvido na preparação do curso de Educadores de Infância. Ali respirava-se aquilo que sempre acreditei que “a educação não se faz só dos três aos seis”, “faz-se a partir do nascimento ou mesmo e estamos sujeitos à educação até à morte”. Mesmo depois de ter deixado o barco num qualquer porto antes do fim da viagem, Ana Bela Baptista mantém um contacto muito direto com quem cá conheceu, “temos um grupo de teatro” e “uma vez por mês”, “encontramo-nos para ir, é muito interessante”. O teatro sempre foi uma paixão na vida da docente, mas foi com uma neta que “tirou o curso de teatro” que aprendeu a olhar para esta arte de forma diferente. São 82 anos de uma jovialidade invejável e hoje rodeada de netos admite que todos os dias aprende com os jovens, “é a melhor coisa do mundo” e fica até “um bocadinho aborrecida”, se em algum dia sente que nada aprendeu. A viagem por cá foi longa, muitas vezes “o carro estava em automático para a ESE e tinha que voltar para trás” porque não era a escola o seu destino. Destino esse que colocou o IPS na vida da professora Ana Bela Baptista e que até hoje é lembrada com ternura pelos que ainda cá andam. 

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