Memórias de um local feliz 

Memórias de um local feliz 

Memórias de um local feliz 

“O que eu sinto é muita saudade, porque me sentia lá bem”

Pela secretária de Ana do Carmo Lopes, passaram os processos e os vencimentos dos professores da Escola Superior de Educação, desde “dia 1 de setembro de 1989” até à reforma, em 2012. Numa demanda pela felicidade, chega a Setúbal, incentivada por uma amiga, “Eu saí da Segurança Social, porque não estava satisfeita, não me sentia muito realizada”.  Habituada a datilografar [escrever à máquina], “logo no início, puseram-me o computador à frente”, mas com o apoio das colegas da informática, “fui aprendendo”. Depois de anos a trabalhar num local onde se sentia infeliz, chegou à ESE e o sentimento mudou: “fui progredindo, foram apreciando o meu trabalho, eu fui ficando bem comigo mesma e acho que também ficaram bem comigo”. Ao iniciar uma nova etapa nos Recursos Humanos da instituição, quando esta ainda funcionava na “cave da Escola Superior de Tecnologia”, não esquece o primeiro dia de trabalho, “senti que havia ali algum calor humano”. “Havia uma proximidade praticamente familiar”, tanto com os docentes, “a professora Ângela, o professor Ricardo Nunes”, todo o pessoal não docente e alunos. Para além das pessoas que enchiam os corredores da escola, “sentia que a direção estava sempre a apoiar-me”. “Quando entrei era o doutor Raul que estava lá”, um diretor muito comunicativo, depois veio “o professor Fernando Almeida”, “havia situações em que ele me apoiava muito” e “também tive algum apoio do professor Dominguinhos, o Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal. Quando eu precisava ele estava sempre lá”. Ao contrário do que sucedia até chegar à ESE, “eu sentia reconhecimento no meu trabalho, no meu esforço”. A administrativa, acompanhou de perto a passagem da escola para a atual morada, mudança essa que os filhos mais novos acompanharam de perto, “Eles gostavam de ir lá ver o sítio onde a mãe trabalhava, porque sentiam que havia ali liberdade, conforto, carinho, tudo”. Relembra “as festas que se faziam, com os alunos, onde entravam funcionários e professores. Deixou-me muitas saudades”. Descreve a ESE como “uma ótima escola, porque os professores são e eram carinhosos para nós, como também eram para os alunos”. // A alentejana, natural de Juromenha, no Alandroal, resume-se a tranquilidade, amor, compreensão e apoio. Vinda de uma terra rural e com mais irmãs, não teve oportunidade de prosseguir os estudos, “porque os meus pais não tinham possibilidades económicas”. Para atenuar a mágoa de não ter tido hipótese de estudar, “gostava do ambiente da escola, porque sempre gostei do ambiente de escola com jovens”. Reformada há 12 anos, ocupa-se “do trabalho de casa e tomo conta dos netos”, mas preserva com apreço todos os bons momentos passados na ESE. “O que eu sinto é muita saudade, porque me sentia lá bem”. 

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