“Levo da ESE os ensinamentos agora para o exterior, tanto para os treinos, tanto para as Aecs e para o resto da minha vida”
As linhas brancas do relvado, pintam a jornada de Diogo Pereira. “Desde os quatro anos sou jogador federado”, porém nunca quis ser o protagonista em campo, confessando cedo aos pais que sonha então “ser treinador”. Uma lesão grave altera o seu rumo, “já sabia que não podia jogar mais”, fecha-se uma porta, mas abre-se uma janela no percurso do atleta quando um ex-treinador o integra no “mundo dos treinos”, de onde nunca parte. // “Perto de casa” une a sua paixão com os estudos, na ESE, no curso de Desporto. O primeiro ano “de habituação” foi para si o mais “desgastante”, “nós entrávamos às oito e por vezes saíamos às cinco para conciliar as aulas com o que nós tínhamos no exterior”. O diplomado da fornada de 2024 aconselha quem se está a especializar na sua área a “começar cedo”, desenvolver competências e experiências para facilitar a integração no universo do mercado de trabalho, “muita gente pensa que vai para o desporto e é o deixar andar”. // Desconstrói em seguida a estigmatização das saídas profissionais do seu domínio “é um tremendo disparate”, acredita na quantidade de alternativas que o mesmo oferece, embora “o curso de desporto é mais ligado ao fitness, mais ao ginásio e acabou por ser aí as opções do estágio da minha turma”. Contrariamente aos seus colegas, Diogo Pereira remata numa outra direção, leva consigo a resiliência e alcança o seu maior desejo quando assume a profissão de treinador-adjunto geral e na academia Twenty Eight Football Camping trabalha com os jogadores numa outra perspetiva. Para o técnico que já passou por clubes como o Pinhalnovense, Amora e Barreirense, a diferença entre estas duas abordagens é marcante “A ligação com os desportistas é muito mais forte” e a preparação “é sempre mais focada no jogador”, “digamos assim,” nas “capacidades de cada um”. // Além do futebol, também trabalha as capacidades físicas de jovens noutro contexto, é professor de Aecs (Atividades de Enriquecimento Curricular) no Agrupamento de Escolas José Maria dos Santos no Pinhal Novo, “tenho crianças a agarrarem-me as pernas e a pedirem-me para ir para a casa delas e para tomar conta delas” [ri-se]. // Prioriza a comunicação em tudo o que faz “falo muito”, “um treinador e um professor tem de ter uma comunicação adequada com os seus jogadores ou com os seus alunos, visto que são crianças”. // Com apenas 21 anos, demonstra que é preciso mais do que talento, acredita num “mundo de oportunidades”, no apoio de quem ama, da sua família e amigos e no seu propósito principal que é acabar o curso de treinador nível um e continuar as “formações”. Espera assumir o papel de treinador a full time para que as oportunidades de golo aconteçam. O segredo para o seu sucesso está na forma como equilibra todos os prismas do seu dia-a-dia. “Levo” da ESE “os ensinamentos agora para o exterior, tanto para os treinos, tanto para as Aecs e para o resto da minha vida”.