“Alguém que ainda continua à procura de aprender mais para fazer melhor”
A primeira memória de Alice Samara da Escola Superior de Educação é na entrada da instituição, a “sensação de luz de abertura” encantou-a, “gosto muito da arquitetura”. Decorria o ano de 2008 quando surgiu a oportunidade de ensinar em Setúbal, na Licenciatura em Promoção Artística e Património que hoje já não existe. Manteve-se até ao ano de 2013, encontrando-se atualmente no Alentejo a exercer a sua profissão no concelho de Alvito. O gosto pelo estudo do passado, surgiu através dos “bons professores” que teve e que a levaram a apaixonar-se pela disciplina que leciona. Fez o curso de história na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde também realizou o mestrado e o doutoramento. Cresceu na margem sul, porém foi no outro lado da ponte onde nasceu e começou a trabalhar, até a ESE entrar na sua vida. Recorda com um sorriso alguns colegas que a marcaram, como a sua chefe Margarida Rocha, as professoras Marta Alves, Ana Pessoa, Teresa Pereira, Alcina Dourado e Cristina Gomes da Silva. Relembra também uma turma que lecionou “Eu dava-lhes várias disciplinas, às vezes acabavam as aulas e nós ficávamos um bocado mais na conversa sobre algumas coisas e eu gostava muito dessa troca e dessa partilha”. Aos 50 anos, revela que, apesar de ser mais descontraída fora do contexto escolar, tudo o que tenha a ver com a sua paixão pela história, faz parte dos dois mundos. A amante de viagens gosta de “fazer coisas novas”, e por isso anda a tentar decidir se quer ingressar numa nova aventura, um mestrado em educação especial. Descreve a Escola Superior de Educação através da palavra “partilha”, algo que a professora acredita e aprecia que aconteça nas suas aulas. Quer que os seus alunos a tenham na memória como “alguém que gostou de trabalhar com eles”. Uma das características que a mais encantou na instituição foi a “dinâmica que era criada com alguma proximidade” entre docentes e alunos, é destes que sente mais saudades. Acredita que, “há sempre esta tentativa de melhorar” e que enquanto lecionava no Instituto Politécnico de Setúbal, “senti que queria colaborar neste projeto” Descreve-se como uma pessoa empática e como “alguém que ainda continua à procura de aprender mais para fazer melhor”. Gosta de “debater”, “partilhar” e um dia quer fazer um livro de viagens, “não para publicar”, mas com o intuito de “fazer como se fosse um álbum”, para mais tarde relembrar as suas aventuras pelo mundo fora, tal como recordou, sentada à sua secretária, o seu percurso pela instituição localizada na Estefanilha, onde um dia tenciona poder voltar.