“A profissão é, no fim, um reflexo do que somos”
Entre as paredes coloridas de uma sala de aula, onde os sonhos se misturam com o riso de crianças, encontramos Ana Isa Camilo que acredita que o seu ofício tem um papel fundamental na sociedade. Não esconde que a educação transformou a sua vida pessoal “sinto que nasci mesmo para ser educadora”, vive constantemente com o desejo de “tornar o mundo num lugar melhor” e “fazer a diferença nas crianças”. Acredita também que essa felicidade interior se reflete no bem-estar dos outros à sua volta “posso até estar cansada ou ter aqueles dias normais, mas quando chego ao trabalho fico felicíssima”. A Escola superior de Educação foi uma casa de liberdade, onde se apercebeu que o mundo era “muito maior do que aquilo que podia sonhar”, mesmo depois de 30 anos, vê a ESE como uma família, o ambiente de cooperação e inclusão continua muito presente dentro das paredes da escola, sente-se “filha” da instituição que a acolheu e formou. O que faz a profissão bonita, é poder acompanhar o crescimento das crianças e da sua autonomia, e ao longo de 30 anos aprendeu que é essencial respeitar o tempo de cada um “é preciso dar-nos mais tempo e essa humildade de assumir as nossas fragilidades”. Acima de tudo acredita que a idade não justifica certas ações que se tem com os “mini” seres-humanos, “então, se se respeita à pessoa, o ser humano, qual é a importância da idade quando o que importa é um ser humano que está à nossa frente?” e que a idade não desvaloriza o facto de serem “seres humanos, com sentimentos, com vontades e com convicções”. Ana Isa Camilo quer ser recordada como uma comunicadora cooperante, “ acho que é fundamental nós cooperarmos uns com os outros, não no sentido de sermos nem bengala de alguém, nem superior a ninguém, mas no sentido de sermos recursos uns dos outros”, e como alguém que educa e transforma a vida de cada pessoa, assim como a a Escola Superior de Educação o fez, “a forma como a ESE nos ensinou, nos deu educação a partir do princípio de que há várias maneiras de fazer e há várias maneiras de fazer bem”. Por fim, quando tudo se resume, a educadora acredita que qualquer pessoa, ao escolher a sua profissão, o faz porque, no fundo, acredita que será capaz de a desempenhar da melhor forma possível. Seja pela paixão, pelo amor que sente pelo que faz, ou pela convicção de que ali encontrará a sua verdadeira realização, “A profissão é, no fim, um reflexo do que somos, do que podemos ser, daquilo que nos preenche, eu, pessoalmente, não tenho dúvidas: sou verdadeiramente feliz no que faço”. E, talvez, esse seja o segredo, fazer o que amamos, com o coração pleno, é o que nos dá a força para seguir, sempre em frente, sempre a crescer e para a Ana Isa Camilo não existe nada mais valioso que isso.