A educação em Tom Maior

A educação em Tom Maior

A educação em Tom Maior

O som das memórias, a canção do futuro

No palco invisível da lembrança, onde a nostalgia e a realidade dançam um pas de deux, é feita uma viagem nas partituras de Filipe Fialho. Professor de educação musical, traz no olhar a lembrança de quem viveu a transformação do ensino superior, sentindo na pele a mudança das notas de um passado coeso para os ritmos dispersos do presente. A sua expressão ilumina-se ao recordar o tempo académico de grande união com os docentes, alunos e funcionários em um coro harmonioso de convivência coletiva. “Havia o concurso de talentos, poesia declamada, dramatizações, cantorias. Era um tempo em que conhecíamos todos pelo nome, um tempo em que a educação tinha rosto, não apenas números”, rememora. O seu caminho com a Escola Superior de Educação começou em 1993, primeiro como estudante, e a partir daí construiu a sua pauta musical. A sua formação académica é um mosaico de escolhas, desvios e reencontros. O atual docente começou por estudar Promoção e Gestão Turística, mas mais tarde seguiu para o ensino e formou-se professor do primeiro ciclo. No entanto, foi na música que encontrou sua verdadeira vocação, levando-o a concluir a licenciatura em Ensino de Educação Musical que era “mesmo a tua cara”. Ao longo do caminho, muitas pessoas marcaram a sua trajetória, mas destaca-se um acorde: o professor José Carlos Godinho, que lhe fez o convite para lecionar na ESE. Desde então, dedica-se ao ensino com o mesmo entusiasmo que sempre teve pela música e pela educação, desde os seus “20 e poucos anos”. Para Fialho, os seus estudantes são mais do que meros estudantes: “Os alunos são assim, os filhos que eu não tive, uma espécie de afilhados. Gosto de ver as pessoas a crescer. Lembro-me do meu tempo também, de quão importantes foram outros para mim, e essa generosidade e essa gratidão que eu sinto fazem-me querer retribuir”. Quando se dá a oportunidade de reconectar com o seu eu do passado e aconselhá-lo, ele sorri: “Diria para não se preocupar tanto. Tudo faz sentido no tempo certo”. Já para o Filipe Fialho do futuro, a mensagem é outra: “É preciso ter calma, não dar o corpo pela alma”. Olhando para o horizonte da educação musical, acredita que a expressão artística é um instrumento poderoso de formação humana. “Aproxima e complementa, faz de nós seres humanos inteiros. Se não tivermos isso, seremos seres incompletos”. Se pudesse definir a ESE em uma palavra, não hesitaria: “Família”. “Família do coração, onde a pessoa cresce, é aceite e onde lhe é dado espaço para germinar”. E assim, entre o passado vivido, o presente desafiador e o futuro incerto, Filipe Fialho segue, afinando a melodia da sua história, tentando manter a harmonia no seu mundo de claves de sol. 

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