A beleza no ensino

A beleza no ensino

A beleza no ensino

“Sinto-me especial por ser um exemplo”

“Venho de uma família de professores e, por isso, acredito que de certa forma isto esteja no meu sangue”, Matilde Ramos cresceu rodeada por um ambiente onde a paixão pelo ensino era palpável em cada conversa. Desde muito cedo, o gosto pela educação foi cultivado por aqueles que lhe eram mais próximos, “a minha mãe é professora, a minha avó foi professora e a minha tia é educadora”. Contudo, nem sempre pensou seguir os mesmos passos que a sua família já havia percorrido, “a minha ideia inicialmente era enveredar por algo no ramo da saúde, mas a vida tomou outro rumo”. Uma área marcada por desafios e precariedade que aqueles que já os haviam vivido quiseram deixar claro a Matilde Ramos, “a minha mãe disse-me que era um grande erro porque agora ser professor é muito difícil, iria andar exausta”. Apesar dos receios, o seu sonho já se encontrava gravado no seu código genético, por isso, no ano de 2017 decidiu ingressar na Licenciatura em Educação Básica na Escola Superior de Educação. “No primeiro ano só fiz o segundo semestre porque no primeiro fui apenas a duas ou três aulas”, o seu percurso académico foi repartido entre outra grande conquista que obteve quando deu os seus primeiros passos no Instituto Politécnico de Setúbal. “Quando ainda tinha 18 anos, estava no meu primeiro ano, ganhei o concurso de Miss Universo Portugal”, este prémio fez com que a apaixonada por ensinar tivesse que trilhar dois caminhos ao mesmo tempo, “tive de me ausentar do país durante alguns períodos, mas sabia que a parte escolar estava sempre assegurada”. Nunca se abalou por tantos desafios e “consegui fazer tudo numa jornada de seis anos”, o seu trajeto pelo mundo das misses terminou primeiro do que aquele que percorria nos corredores da ESE. Foi durante “as oportunidades de estágios que tive”, que percebeu o impacto que a sua profissão teria na vida de cada criança que acolhesse, “nós conseguimos mesmo fazer a diferença na vida destes miúdos, apesar de muito desgastante e desafiador, é gratificante ver aquilo que conseguimos fazer por eles”. Hoje em dia, Matilde Ramos é a bússola de 23 crianças que começaram agora a navegar nos seus próprios mares, tendo voltado para o local que já havia sido o seu Norte, “tenho a sorte de trabalhar na escola onde já estudei, portanto voltei a casa”. Tem às suas costas uma grande responsabilidade porque “somos nós que levamos as bases, somos os alicerces para o resto da vida dos mais pequenos” e por isso “todos os dias aprendo com eles como eles aprendem comigo”. Encara este peso com uma coroa da qual fica “muito orgulhosa, sinto-me especial por saber que sou um exemplo para os meus alunos”.

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