O concelho do Seixal está na mira de grandes investimentos. Depois de ter passado anos difíceis com a crise económica que passou no país, o presidente Joaquim Santos fala de bons ventos e nova pujança de investimentos
O Seixal está na linha do crescimento económico com vários sectores profissionais a aproveitarem a condição geográfica que o mesmo oferece, e as oportunidades locais para a realização de investimento. Para o presidente da Câmara, Joaquim Santos, esta é a realidade de hoje, mas não foi fácil depois do concelho ter sido envolvido na “grave crise económica” que passou pelo país, tendo sofrido “todos os constrangimentos impostos pelo Governo”.
Lembra o autarca que “muitas famílias passaram a depender de ajuda económica e de instituições para sobreviver”. No caso da autarquia, “durante anos fez um grande esforço para não faltar aos compromissos assumidos com a população, gerindo rigorosamente as suas verbas”.
Actualmente “a situação está melhor, tanto para o país como para o Seixal”, sendo que as finanças da autarquia “estão bastante estáveis”, refere o edil que dá como exemplo o ano passado em que o resultado líquido obtido “foi de quase 20 milhões de euros, com redução da dívida em mais de 11 milhões e aumento do investimento em 18% relativamente a 2016”. A sua conclusão é que estes “são excelentes resultados, aliados a uma política de apoio às populações, nomeadamente com uma nova redução do IMI ou os valores mais baixos das tarifas da água, saneamento e resíduos de toda a Área Metropolitana de Lisboa”.
A estabilidade económica no município, reflecte o presidente, tem passado pela captação de investimento e criação de emprego. Por exemplo, ao nível do planeamento “concretizou-se em 2015 a revisão do Plano Director Municipal, que dotou o município de instrumentos de gestão que nos permitem dar resposta a todos os novos projectos urbanísticos, turísticos e industriais que têm surgido ou que possam vir a surgir, estando 900 hectares disponíveis para a actividade económica”.
O resultado desta visão é que o concelho “está em condições privilegiadas no quadro da Área Metropolitana de Lisboa para responder a todos os desafios que surjam nas mais diversas áreas de intervenção”. O caso da requalificação dos núcleos históricos, como o Núcleo Urbano Antigo do Seixal, “tem contribuído para que no último ano tenham surgido vários espaços de restauração que têm contribuído para o aumento muito significativo do número de turistas portugueses e estrangeiros que vêm visitar o concelho, e usufruir das excelentes condições e equipamentos que aqui existem”.
Outro caso apontado por Joaquim Santos é a Baía do Seixal, com quase 500 hectares. “No âmbito da estratégia de requalificação das frentes ribeirinhas, estamos a desenvolver projectos que permitirão reabilitar toda a zona em torno da Baía, designadamente o Hotel Mundet, o Hotel da Quinta da Trindade, o Porto de Recreio do Seixal – Hotel Largo dos Restauradores, o Eco Resort do Seixal na restinga da Ponta dos Corvos ou o Hotel e Porto de Recreio de Amora”, aponta o presidente.
Entretanto, como resultado da estratégia na gestão do município, diz ser “bem visível a crescente procura de turistas, novos residentes e investidores bem como empresas”.
Assim, no que se refere à frequência de turistas, de 2016 para 2017, “aumentou em 65%, e o número de dormidas por parte de cidadãos estrangeiros aumentou 51%. Já no 1.º semestre de 2018 o número de visitantes no Posto Municipal de Turismo cresceu 166%” .
Também o número de novos residentes “tem vindo a aumentar, com destaque para cidadãos estrangeiros, sendo que desde o início de 2017, até à data actual, podemos falar da instalação de cerca de 200 novos agregados familiares estrangeiros no Seixal, essencialmente franceses, suecos e suíços”, contabiliza o autarca, acrescentando que outro número que tem vindo a aumentar é o de alojamentos locais. “De 2014 até final de 2017 existiam no concelho do Seixal 63 alojamentos locais e em 2018, já foram registados 67 novos alojamentos locais, perfazendo mais de 130 no total, ou seja, mais do dobro daqueles que existiam até final do ano anterior”.
Mil milhões de investimentos em equipamentos e obras
O Concelho do Seixal está na calha de investimentos em diversos sectores. Para Joaquim Santos este é o efeito de uma economia que, tanto a nível nacional como local está no sentido positivo. No que se refere ao envolvimento de privados, o presidente da Câmara do Seixal destaca a nova fábrica que irá surgir em breve no concelho, no âmbito do Projecto do Arco Ribeirinho Sul, e que “representa um investimento de 200 milhões de euros”. A previsão é que sejam criados “200 postos de trabalho”.
O autarca destaca ainda os empreendimentos residenciais da Quinta da Trindade, Herdade do Pinhão e Monteverde, que “significam um investimento na ordem dos 470 milhões de euros”. Realça também o Hotel Mundet, que terá um investimento “de cerca de 10 milhões de euros”, assim como o Porto de Recreio do Seixal e Hotel Largo dos Restauradores, no valor de “20 milhões de euros”. Por último elege o Hotel da Quinta da Trindade, que implica “um investimento de 10 milhões de euros”.
No que se refere a investimentos públicos, o seu destaque vai para a construção do Hospital do Seixal “no valor de 74 milhões de euros”, o Centro Saúde Corroios “com 2,5 milhões de euros”, a Loja Cidadão do Seixal “com 1,5 milhões de euros”, a Esquadra da Divisão Policial do Seixal “no valor 2,5 milhões de euros” e a Piscina Municipal de Paio Pires com “2,5 milhões de investimento”. Outra obra importante é a construção do Centro Distribuidor de Água de Fernão Ferro, “no valor de 1,5 milhões de euros”.
No sector da educação aponta a ampliação de duas Escolas Básicas, a da Quinta de Santo António e a de Aldeia de Paio Pires que implicam o investimento de “4 milhões de euros”. Também o Centro Cultural de Amora, que representa “5 milhões de euros de investimento”.
Mais na área social, destaca a Creche da Associação dos Serviços Sociais dos Trabalhadores das Autarquias do Seixal e a construção do Centro de Dia do Casal do Marco, “com o valor de 1,5 milhões de euros”.
No plano das acessibilidades, o autarca refere a alternativa à EN10 em Corroios, que custará “3 milhões de euros” e a Ponte Pedonal e Ciclável Seixal-Barreiro, no valor de “5 milhões de euros”.