A arte efémera que deixa um sabor diferente no momento vivido
Estilista e chef, Filipe Blanquet conta “é como se estivesse a vestir o meu trabalho”. Um cenário onde o mais importante para o estilista é o vestido de açúcar, que integra a sua última colecção. Um vestido doce e inovador. Como tantos que já saíram do seu imaginário.
Confrontado com, o estilista ou o chef? A questão que se impõe perante o talento na cozinha e o talento entre costuras, para Filipe Blanquet, neste momento não há dúvidas. “O estilista está mais presente”. Ainda que “a bem dizer a pasta de açúcar nunca deixe esquecer o lado chef”. E assim nasce um Sugar Stylist.
Vestir o corpo e o paladar
Os vestidos de açúcar de Filipe Blanquet marcaram uma nova página na moda portuguesa em 2011. “Estávamos próximos à passagem de ano e o Casino de Tróia ia ser inaugurado” conta o estilista que, “queria fazer uma escultura em açúcar para esta ocasião especial. Uma peça que tivesse movimento. “A partir daí, surgiu o primeiro vestido de açúcar”.
O resultado foi tão vanguardista que, ao longo dos últimos anos as colecções e os pedidos de criações especiais foram sucessivos. Entre os desenhos mais especiais constam “vestidos de noiva e até lingerie”. Tal como as peças da colecção “As Madames”, lançada em 2019. “Arte efémera”, assume Filipe Blanquet, “mas que deixa um sabor diferente no momento vivido”.
Peças feitas “por amor”, não para comercializar, explica Filipe. “Porque ninguém compra um vestido destes para usar no dia-a-dia”.
Entre as peças mais inusitadas que já encomendaram ao estilista estão vestidos de noiva e lingeries. “Arte efémera apenas para um momento especial”.
“Setúbal recebe sempre bem o meu trabalho”
Desde que se lançou no mundo da moda Filipe Blanquet sempre foi “bem recebido em Setúbal”, como gosta de referir. Destacando que, “esta é uma cidade cada vez mais aberta às artes”.
“Recentemente lancei uma marca própria de jalecas de cozinha. E nesse âmbito apresentei a Setúbal a proposta para realizar um desfile em 2020, com jalecas feitas a partir de pasta de açúcar. Uma ideia que, mais uma vez, foi muito bem recebida. Um novo momento de arte efémera que marcar a diferença”.