O avançado João Amaral, que foi a par de Edinho (ambos com nove golos) o melhor marcador do Vitória FC na Liga 2017/18, deixa o Bonfim para rumar ao Benfica na próxima temporada. Apesar de o negócio ainda não ter sido oficializado por nenhum dos clubes envolvidos, a saída do atacante, de 26 anos, é um dado adquirido.
A que o Diário da Região apurou no início de época passada houve um acordo estabelecido para o jogador ir para o Benfica no final da temporada que agora terminou, uma espécie de contrato promessa. João Amaral tinha contrato em vigor com o Vitória até esta época. Em Janeiro, o Benfica deu conhecimento de que iria exercer a opção que tinham.
A mesma fonte explicou ao nosso jornal que caso o emblema lisboeta não exercesse a opção o jogador continuaria ligado ao Vitória. Se o fizesse, como veio a acontecer no passado mês de Janeiro, João Amaral teria de se apresentar no Benfica no final da época como deverá suceder nas próximas horas.
Questionado anteontem sobre o assunto na conferência de imprensa de apresentação do treinador do Vitória, Lito Vidigal, o presidente Vítor Hugo Valente, conforme demos conta na edição de ontem, disse que prestará todos os esclarecimentos aos sócios em Assembleia Geral. “O João Amaral é um caso especial. Eu, como prometido, darei aos vitorianos as explicações que entendo numa Assembleia Geral, o sítio certo para se explicar este tipo de situações. Se dizem que é do Benfica é porque assinou algum contrato”, afirmou o dirigente.
Gratidão de João Amaral: «Foi o primeiro clube a abrir-me as portas da liga profissional»
Na passada terça-feira, antes de se falar na saída do avançado para o Benfica, João Amaral falou aos jornalistas numa cerimónia realizada no Bonfim em que foi distinguido com o prémio de melhor jogador do Vitória em 2017/18 atribuído por um órgão de comunicação local. Questionado sobre o seu futuro, o jogador não excluiu a hipótese de sair.
“O futuro dirá o que vai acontecer. Não sei de nada neste momento. Sou jogador do Vitória e gosto muito de o ser. Deixo uma palavra à massa associativa que me pede para não sair. Quero que saibam que, quer saia ou não, o Vitória vai ficar sempre no meu coração. Foi o primeiro clube a abrir-me as portas da liga profissional”, disse.
Ao responder, João Amaral fez questão de deixar uma mensagem aos vitorianos que soou claramente a despedida. “É um clube com adeptos que outros que lutam pela Liga Europa não têm. Só nós é que sabemos o importante que foi ser recebido por eles nos dois jogos que tivemos aqui em casa [Com Feirense e Tondela]. Foram importantíssimos nós. Nunca desistam de nós nem do clube. O Vitória tem tudo para chegar a patamares maiores, esperemos que isso aconteça”.
Na altura, João Amaral desfez-se em elogios a José Couceiro. “Foi o pensador desta época. Na altura em que nós só já lutávamos com o coração, a paixão e a revolta pelo que nos aconteceu esta época. Foi sempre a pessoa que nos fez parar para pensar. Explicou-nos que só atingiríamos o objetivo com a cabeça. O mister foi o maior obreiro [da permanência] porque nos fez acalmar no momento certo, numa altura em que estávamos completamente de cabeça perdida por queremos ganhar de todas as formas e feitios”.
Com um percurso iniciado nos escalões secundários, João Amaral, que cumpriu duas épocas ao serviço dos vitorianos, deu nas vistas na temporada 2015/16, no Pedras Rubras, no Campeonato de Portugal, o que lhe valou o salto para Setúbal, onde permaneceu duas temporadas. AD Oliveirense, Mirandela, Padroense e Candal também constam do currículo do atacante que fez 14 golos em 78 partidas oficiais pelos sadinos.