Depois de garantir dentro do campo a subida do Campeonato de Portugal à Liga 3, a equipa sénior masculina de futebol do Vitória FC viu esta quarta-feira ser rejeitado o licenciamento da inscrição do clube nas competições organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de 2024/25. O chumbo do recurso, processo que estava pendente da decisão da Comissão de Recurso, deverá ter como consequência a queda da equipa principal na 2.ª Divisão distrital.
Antes disso, a direcção, presidida por Carlos Silva, vai solicitar com a máxima brevidade possível, o agendamento de uma Assembleia Geral, que deverá ser em breve anunciada pelo líder da MAG, David Leonardo. Enquanto isso não acontece, a direcção lançou ontem, no comunicado em que reagiram ao veredicto da FPF, um repto aos adeptos. “Apelamos a todos os Vitorianos que se unam nesta luta pela justiça! O Vitória não se calará”.
No mesmo documento, os responsáveis vitorianos foram peremptórios na reacção à decisão. “Vitória Futebol Clube SAD injustiçado pela Federação Portuguesa de Futebol. O Vitória foi notificado, agora, do indeferimento do seu recurso apresentado ao Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Esta decisão mantém a recusa da Comissão de Licenciamento de atribuir ao clube a licença para participar na Liga 3 na próxima temporada”, começaram por dizer.
Em seguida, os responsáveis do clube reiteram que cumprem os pressupostos necessários à participação na Liga 3. “Lamentamos profundamente esta decisão, que consideramos injusta e desproporcional. O Vitória FC SAD regularizou a sua situação contributiva junto da Segurança Social, conforme comprovado pela entrega das respetivas declarações. A impossibilidade de apresentar a certidão (razão invocada para a decisão) deveu-se exclusivamente à situação de insolvência do clube, facto que não invalida a regularização da sua situação contributiva”.
E acrescentam: “Mais uma vez, salientamos que o Vitória FC SAD apresentou a declaração comprovativa da regularização da sua situação contributiva, cumprindo todos os requisitos legais. No entanto, somos confrontados com uma decisão que, a nosso ver, se baseia em critérios extrafutebol e não na justiça desportiva. Esta situação é mais um exemplo do retrocesso que o futebol português tem vindo a sofrer, com decisões obscuras e que beneficiam sempre os “mesmos” ou quem a eles está ligado/relacionado”.
Os dirigentes vitorianos consideram que o facto de a queda do clube beneficiar o U. Santarém não é uma coincidência. “É do conhecimento público, “por coincidência”, que um dos diretores da FPF foi Presidente da União de Santarém, assim como também, uma vez mais “por coincidência”, que o “dono” da SAD da U. Santarém detém ligações fortes a uma equipa de Lisboa. Estas coincidências levantam sérias dúvidas sobre a imparcialidade das decisões tomadas pela FPF”.