Nos nacionais de ciclismo sagrou-se campeã nacional de contra-relógio e estrada (master 50) mas o grande destaque vai para o seu desempenho no triatlo.
Na Quinta do Conde mora Filomena Gomes que se sagrou recentemente, nos campeonatos nacionais de ciclismo que se realizaram em Mogadouro, campeã nacional de contra-relógio e estrada, na categoria master 50.
A atleta da Quinta do Conde, em representação da Vertentability / Clube Recreativo Grandolense, foi a primeira a concluir os 21,5 quilómetros do contra-relógio, com o tempo de 36.01 minutos. No dia seguinte, voltou a cortar a meta à frente das suas adversárias desta vez da prova em linha, completando os 43 quilómetros do percurso em 1h23m.
Mas para além de campeã nacional, Filomena Gomes é também a actual campeã do mundo de triatlo cross, modalidade que conjuga natação, BTT e trail, título conquistado em 2021.
Foi a segunda mulher portuguesa da história a conseguir o apuramento para a final do campeonato do mundo de Ironman (3800 metros de natação, 180 quilómetros de ciclismo e 42 quilómetros de corrida), e neste momento prepara-se para a prova que decorre no Havai, em Outubro deste ano.
Na infância não praticava desporto
Na infância e juventude não praticava desporto mas aos 40 anos decidiu marcar o aniversário com um plano, a preparação para o seu primeiro Ironman. Licenciada em línguas e literatura, deu aulas durante um ano, seguiu a carreira militar e actualmente trabalha na judiciária.
Vive na Quinta do Conde há 18 anos, onde os pais tinham casa, e trabalha em Lisboa. Sempre que podia vinha passar os fins-de-semana e logo que possível mudou-se de armas e bagagens para a margem sul porque Sesimbra era a sua praia favorita, embora gostasse também da Figueirinha e Galapos. Adepta dos transportes públicos diz que foi durante a pandemia que mudou uma das suas principais rotinas.
Em entrevista à revista Sesimbra, Filomena Gomes conta: “Comecei a usar a bicicleta para ir para o trabalho. Passou a ser a opção mais viável, pois não me misturava com tanta gente, e comecei a perceber que ganhava muito tempo no trajecto que faço até à estação. Ao fim do dia, às vezes, para fazer menos de um quilómetro demorava, de carro, mais de 20 minutos. Já não me vejo a andar de carro nestes percursos. Não tenho gastos com portagens, combustível e não contribuo para a poluição”, referiu a propósito.
Quem passa por Filomena na estrada, nem imagina que está a circular ao lado de uma campeã mundial e de uma triatleta que faz algumas das provas desportivas mais difíceis que existem. Já fez travessias na Patagónia, Islândia, Jordânia ou África do Sul porque até mesmo as férias são sempre a pedalar.
