Em Sines fala-se também na tentativa de forçarem um erro técnico ao colocarem 11 jogadores em campo no início da 2.ª parte quando na primeira tinham ficado reduzidos a 10.
O jogo entre o Vasco da Gama de Sines e o Banheirense, da 21.ª jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão que foi interrompido aos 10 segundos da segunda parte, já fez correr muita tinta mas continua a ser falado por se tratar de um facto insólito e também por terem surgido novos dados.
Como o SETUBALENSE deu conta na sua edição de segunda-feira, o Banheirense foi para o intervalo a perder por 1-0 e reduzido a 10 unidades devido à expulsão de um jogador. No regresso dos balneários a equipa da Baixa da Banheira fez as cinco substituições permitidas por lei, o árbitro apitou para o reinício do encontro mas 10 segundos depois foi obrigado a interrompê-lo porque os jogadores do Banheirense atiraram-se todos para o chão, simulando lesões. A fisioterapeuta entrou em campo, esteve sete minutos a prestar assistência aos jogadores que foram saindo “lesionados”. Perante esta situação, o clube ficou sem o número mínimo exigido de jogadores e o árbitro deu o jogo por concluído.
Ao final da tarde tentámos obter esclarecimentos sobre o que realmente se tinha passado contactando a presidente do clube, Helena Mira, que respondeu da seguinte forma: “Pergunte ao árbitro ou senhor mascarado de árbitro. Eu também gostava de saber o que se passou para poder explicar aos meus jogadores, que andam aqui sem ganhar um cêntimo. Não temos nada contra o Vasco da Gama nem contra o seu plantel, mas sim contra a AF Setúbal e este árbitro que são uma vergonha”.
Helena Mira reforçando a sua ideia disse mesmo que poderia utilizar as suas palavras porque “não gozam com a nossa cara. Desde chamar ambulâncias para jogadores nos últimos jogos, pernas partidas, dentes partidos, lesões gravíssimas e nem faltas são marcadas. Isto é inconcebível, estou farta”.
Na segunda-feira, a direcção do clube emite um comunicado a manifestar a indignação não só pelo que se passou neste encontro mas também nas jornadas anteriores.
“No sábado tivemos em campo apenas mais uma arbitragem com manifesta falta de qualidade. Reforçamos o termo “apenas” porque recuando às seis últimas jornadas temos assistido a acontecimentos que têm deixado marcas bem vincadas nos nossos atletas, muitas vezes sem qualquer penalização para os infractores.
Na 15.ª jornada, o nosso atleta Rafa deslocou a clavícula; na 16.ª jornada também o nosso atleta Paulo Mendes deslocou a clavícula; na 17.ª jornada o nosso atleta Francisco Alta sofreu uma violenta falta da qual resultou a fractura do tornozelo esquerdo, tendo o árbitro assistente dito que era ” fita”; na 19.ª jornada o nosso capitão David Pinto sofreu uma entrada violenta que lhe partiu três dentes, também aqui nem falta foi assinalada.
Na 21.ª jornada vimos ser marcada uma grande penalidade claramente inexistente, vimos ser-nos sonegadas duas grandes penalidades, que de facto existiram, vimos a amostragem de cartões amarelos por simulação (as tais fitas) em faltas que de facto foram cometidas e numa entrada perigosa sobre o nosso atleta vimos o árbitro mostrar o segundo cartão amarelo a um outro nosso atleta com a consequente expulsão.
Quem esteve naquele balneário ao intervalo viu jogadores a chorar, revoltados. Com tudo o que tem acontecido, sentimos necessidade de expressar esta revolta e indignação”.
Posteriormente o clube publicou nas redes sociais alguns vídeos dos lances que contesta mas os dirigentes do Vasco da Gama também se sentem lesados, e há mesmo quem refiara que “também ficou por mostrar um cartão vermelho a um jogador do Banheirense que quase partiu a perna ao Nita Rodrigues, num lance sem bola. Assim como a tentativa de forçarem um erro técnico no início da segunda parte [ao colocarem 11 jogadores em campo quando na primeira parte tinham ficado reduzidos a 10], para tentarem protestar o jogo e este ser repetido”.