30 Abril 2024, Terça-feira
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Da China, o Covid; da Rússia, a Guerra

Desde Março de 2019, que se vai prolongando por 2022, e desde Fevereiro de 2022 até à presente data, temos sido confrontados com o Covid-19 e com a guerra na Ucrânia que se arrasta indefinidamente sem fim à vista.

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Os dois países responsáveis por estas duas ocorrências nefastas foram e são, respectivamente, a China e a Rússia.

Na China, o Partido Comunista conquistou o poder pela força das armas desde 1949 e mantém-no indefinidamente. Os nacionalistas chineses, derrotados, refugiaram-se em Taiwan.

Não nutro qualquer sentimento de afinidade ou simpatia pelos regime chinês e russo. Todavia, não confundo os países e a sua população, com os seus regimes. São duas dimensões distintas.

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A República Popular da China é actualmente uma mistura cínica e perigosa, onde coexistem comunismo, capitalismo e subdesenvolvimento.

Desde 1949, que o comunismo lhes condiciona o pensamento e lhes corta as liberdades. As autoridades bloqueiam o acesso de cada cidadão à Internet.

O capitalismo propicia a existência de uma estrutura empresarial que explora a força de trabalho de forma desumana. Para além disso, utilizam usualmente matérias-primas de baixa qualidade.

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Quanto ao subdesenvolvimento, mantêm e incentivam hábitos medievais, permitindo a coexistência promíscua entre seres humanos e animais, nomeadamente nos mercados.

Relativamente ao coronavírus teve mesmo origem no mercado da cidade chinesa de Wuhan, segundo dois estudos publicados na revista científica Science.

A China não alertou, intencional e criminosamente, informação vital que poderia ter evitado a pandemia, pelo menos na sua magnitude.

Um aspecto, simbolicamente importante e que define o modus operandi habitual comunista, ocorreu durante a cerimónia de encerramento do 20.º Congresso do Partido Comunista (sem nenhuma mulher em lugares cimeiros), em que o ex-presidente chinês Hu Jintao (2003-2013) foi levado para fora do Grande Palácio do Povo, tendo sido pressionado pela equipa de segurança a levantar-se do seu assento e a sair contra a sua vontade, ao lado do secretário-geral do Partido, Xi Jinping, agarrado pelo braço por um funcionário que o conduziu até à saída.

Quanto à Rússia, o sonho de Vladimir Putin de reconstruir o espaço da antiga União Soviética procurou sustentar-se em vários pressupostos, nomeadamente na suposta falta de identidade nacional da Ucrânia e no seu anseio pelo domínio de Moscovo.

A Ucrânia é uma nação com mais de mil anos de história e Kiev já era uma grande metrópole quando Moscovo não era sequer uma aldeia.

Putin foi lentamente tacteando o terreno; acção, resultado e consequências. Primeiro a Chechénia com o banho de sangue subsequente; ninguém reagiu. De seguida, invadiu a Geórgia, anexando a Abecásia e a Ossétia do Sul; também não se verificaram protestos de maior. Logo, tornou-se mais audaz e invadiu a Crimeia. O Ocidente protestou, mas sem grande convicção.

E aí invadiu a Ucrânia, sabendo de antemão da não intervenção da NATO e da dependência europeia do petróleo e gás russos.

O seu plano era atingir a Ucrânia com força, rapidez e eficácia, eliminar Zelensky e o seu Governo, estabelecer um regime fantoche em Kiev e enfrentar as sanções ocidentais.

Ao fim de quase um ano de guerra, não se vislumbra fim à vista.

Uma coisa é conquistar território; outra, completamente diferente é mantê-lo. Estamos, portanto, num impasse.

Um dos aspectos de que poucos falam, diz respeito do ódio ao invasor. Putin está a provocar nos ucranianos o aparecimento de gerações sucessivas que irão odiar fortemente os russos durante décadas, com efeitos prolongados e perversos.

Nos anos 30, ocorreu o Holodomor, com os sete milhões de mortos ucranianos pela fome, intencional e criminosamente planeado por Estaline, como forma também de procurar esbater o nacionalismo que ele sabia muito forte.

Hoje, temos a Guerra que parece ser duradoura.

Contudo, existe algo que me parece evidente. A Ucrânia é uma nação com uma forte matriz identitária, os ucranianos são um povo orgulhoso do seu país e que definitivamente não querem viver sob o jugo de um novo império russo.

No Agrupamento de Escolas Lima de Freitas onde sou professor, os alunos ucranianos e os seus pais têm deixado isso muito claro.

China e Rússia possuem dois objectivos estratégicos comuns: a manutenção das respectivas ditaduras e o expansionismo territorial.

Da China, o Covid-19; da Rússia, a Guerra.

Convém que não o esqueçamos.

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